Fala-se de Revolução Sexual no Museu da Farmácia 1226

“Sexualidade e a Revolução dos Cravos” é o tema a próxima “Conversa sobre Sexualidade”, organizada pelo Museu da Farmácia. Uma conversa que tem o intuito de analisar o impacto da pílula contracetiva nas diferentes formas de encarar a sexualidade na sociedade. Decorre a 22 de Abril, perto da celebração do aniversário da revolução de abril, data que marcou também a aceitação pública deste método anticoncecional.

Como informado num comunicado enviado pelo Museu da Farmácia, a pílula foi o primeiro medicamento para inibir a ovulação e consistiu numa das mais completas revoluções a nível mundial. A sua chegada provocou uma mudança grande na sexualidade, mas também a nivel fisiológico, social, religioso, cultural, político, económico, emocional e demográfico. Os primeiros passos registaram-se ainda nos anos 20 do século XX, mas os resultados apenas se fizeram sentir na sociedade nos anos 60.

O Museu da Farmácia detém uma das primeiras embalagens dos anos 60 deste medicamento, o Anovlar, a primeira pílula contracetiva oral, lançada pela Schering. Terá chegado a Portugal em 1963, e sido comercializada não como pílula contracetiva, mas como medicamento para aliviar os sintomas desagradáveis do período menstrual. “Propagou-se” a partir de 1968, durante a Primavera Marcelista, mas só com a instauração da democracia, a 25 de Abril de 1974, a pílula foi considerada publicamente como método científico anticoncecional.

O “Ciclo de Conversas sobre Sexualidade” é uma iniciativa coordenada por João Neto, diretor do Museu da Farmácia, e Isabel Pires, responsável dos Serviços Educativos da ANF. Tem ainda o apoio da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica e da World Association for Sexual Health.

Isabel Freire, socióloga e investigadora, Maria Antónia Palla, jornalista e uma das fundadoras da Liga dos Direitos das Mulheres, Maria de Fátima Bonifácio, historiadora e investigadora e Maria Filomena Mónica, socióloga, escritora e investigadora, são as convidadas para este diálogo. A moderação fica a cargo de Patrícia Pascoal, presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica.