Faltam 736 especialistas nos hospitais, medicina interna é a pior 13 de Julho de 2016 Medicina Interna, anestesiologia e psiquiatria são as especialidades com mais falta de médicos nos hospitais públicos, segundo um levantamento do Ministério da Saúde, que identificou o Centro Hospitalar do Algarve como a instituição com maior carência de especialistas. Esta contabilização consta de um despacho publicado na segunda-feira em Diário da República, que identifica os serviços e estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com «comprovada carência de pessoal médico, por área profissional de especialização». O diploma dará origem a um concurso público para contratar médicos para vagas em hospitais, «cujo preenchimento se apresente como mais premente», noticiou a “Lusa”. Ao todo são 736 os especialistas em falta nos hospitais públicos do país, entre os quais se destacam os de medicina interna, os anestesiologistas e os psiquiatras, relativamente aos quais a tutela identificou, respetivamente, 129, 57 e 46 vagas a preencher urgentemente. Estes são os casos mais gritantes, mas também as especialidades de pediatria (com 41 vagas), ginecologia/obstetrícia (36 vagas), oftalmologia (33), cirurgia geral (30), oncologia e ortopedia (cada uma com 28 vagas), medicina física e reabilitação (25), neurologia (21) e cardiologia (20) se apresentam como áreas com carência de médicos nos hospitais. O despacho sublinha que o Governo determinou ser urgente minimizar as desigualdades entre cidadãos no acesso à saúde, em particular no que respeita a estabelecimentos de saúde situados mais no interior do país. Com efeito, é no Centro Hospitalar do Algarve que mais se verifica falta de especialistas: um total de 51, para praticamente todas as especialidades. Em suma, no Algarve faltam médicos de anestesiologia, cardiologia, cirurgia geral, cirurgia plástica e reconstrutiva, cirurgia vascular, dermatovenereologia, gastrenterologia, ginecologia/obstetrícia, infecciologia, medicina física e reabilitação, medicina interna, nefrologia, neurologia, oftalmologia, oncologia, ortopedia, otorrinolaringologia, patologia clínica, pediatria, pneumologia, psiquiatria, radiologia e urologia. A outra instituição hospitalar com mais carência de médicos é o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde foram identificadas 37 vagas, para 28 especialidades, a preencher urgentemente. Seguem-se o Centro Hospitalar de Leiria e o Hospital Espírito Santo de Évora, ambos com 31 vagas por preencher. Os centros hospitalares de Vila Nova de Gaia/Espinho e de Entre Douro e Vouga necessitam de 26 e 25 especialistas, respetivamente. No Instituto Português de Oncologia foram contabilizados 26 especialistas em falta, a serem distribuídos por Lisboa, Porto e Coimbra. Entre as especialidades com carência de médicos, a cardiologia pediátrica é a que menos falta tem, com apenas uma vaga aberta para o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. A publicação deste despacho deverá ocorrer duas vezes por ano, em janeiro e em julho, nas épocas de avaliação final (normal e especial) do internato médico. |