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Faltam dadores de medula óssea entre os jovens

03 de Março de 2015

Faltam dadores de medula óssea entre os jovens. O número de potenciais dadores de medula aumentou de forma significativa, sobretudo na última década. Em 2002 havia 1.600 dadores de medula óssea, um número que ultrapassou os 360 mil no final do ano passado. Mas, de acordo com a Associação Portuguesa contra a Leucemia, é na população entre os 18 e os 25 anos que a sensibilização se torna mais necessária.

«Entre os 18 e os 25 anos, há aqui ainda um grande trabalho  de educação a fazer. Mesmo nos cursos relacionados com a saúde, como a medicina, farmácia e enfermagem, muitas vezes, vê-se que estes jovens estudantes não são potenciais dadores de medula óssea ou por desconhecimento ou por algum motivo. Quantas mais pessoas entre os 18 e os 25 anos, mais possibilidade terão de vir a ser ativados para ser dadores», explicou Sofia Sá Cardoso à “Renascença”.

Todos os anos surgem 1.000 novos casos de leucemia e linfoma em Portugal, uma evolução estabilizada que, a par dos avanços da medicina, permite que, por exemplo no caso das crianças, a taxa de sucesso dos tratamentos ronde os 80%.

No entanto, só o transplante de medula permite a cura total. Quanto maiores as famílias, mais fácil encontrar um dador compatível. Hoje em dia não é bem assim.

«Antigamente, também era mais fácil quando as famílias eram maiores e quando havia muitos irmãos. É muito mais fácil encontrar um dador com uma compatibilidade de 100% entre irmãos. Hoje em dia, as famílias são mais pequenas, há menos irmãos e a probabilidade de encontrar um dador compatível na família é muito menor», sublinhou Sofia Sá Cardoso.

Por isso, quantos mais dadores, maiores são as possibilidades de cura. A Associação Portuguesa contra a Leucemia assegura que a colheita de medula é um processo simples que pode fazer a diferença na vida de muitos portadores dos chamados cancros do sangue.