
O vice-presidente do INFARMED, Rui Ivo, afirmou que «Portugal está na linha da frente na inserção da Farmácia num papel mais ambicioso e importante para o Sistema de Saúde», na Edição Especial Farma Sessions “Serviços nas Farmácias – Afinal O Que Mudou?”, que se realizou na sexta-feira, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa. Nesta sessão foi analisada a nova legislação aplicável aos serviços nas farmácias comunitárias, bem como a evolução desses mesmos serviços em relação à legislação anterior, realizada em 2007. Rui Ivo, key speaker desta conferência organizada pela revista FARMÁCIA DISTRIBUIÇÃO, defendeu, perante uma plateia de 200 pessoas, que o desafio a ser enfrentado pelos farmacêuticos comunitários «é tornar mais visível para o Sistema de Saúde a forma como os serviços das farmácias se interligam com o próprio sistema», para que «os responsáveis pelo financiamento percebam o alcance desse trabalho tão importante». «Queremos ter um bom resultado em saúde» e «a Farmácia pode contribuir para além da parte do medicamento», enfatizou o vice-presidente. Para Ema Paulino, farmacêutica e moderadora desta conferência, «mudou alguma coisa» na nova legislação, «mas não tanto quanto os farmacêuticos estavam à espera». Contudo, a farmacêutica revela que esta nova portaria é «um passo na direção certa, na direção de considerar as farmácias comunitárias como parte integrante do Sistema Nacional de Saúde». Por seu turno, para o farmacêutico Henrique Santos, «não mudou nada» desde a portaria inicial. O elemento do painel de debate defendeu que «a nova portaria continuou com os erros e os males ditados pela portaria anterior», que «já vinham na sequência de um conjunto de alterações legislativas que foram feitas de forma precipitada». No entanto, Henrique Santos acredita que depois desta sessão,«podemos iniciar uma nova etapa e um novo discurso sobre esta matéria em que realmente coloca o farmacêutico como uma mais valia».
A esta visão junta-se Maurício Barbosa, professor na Faculdade da Farmácia da Universidade do Porto, que afirmou não ter «razões para bater palmas». «As expectativas eram muito altas, havendo uma dissonância entre o que o programa do governo disse e o que a portaria veio definir», avançou o professor. «O caminho tem sido lento e muito difícil», referiu, apelando, junto dos farmacêuticos, que «não nos devemos conformar com o que temos». Humberto Martins, diretor da Área Profissional na Associação Nacional das Farmácias, defendeu que «não temos uma alteração substancial na prestação de serviços de farmácia». Para o diretor, esta portaria é «apenas um passo e não uma ação definitiva». Contudo, explica que nesta portaria «os serviços farmacêuticos começam a ganhar alguma densidade em relação aos outros serviços da farmácia», referindo que «não há nenhuma redução dos serviços, e que foram introduzidos alguns serviços novos». Com uma perspectiva mais optimista desta nova legislação, Filipa Alves Costa, assessora para o Planeamento Estratégico Profissional da Ordem dos Farmacêuticos (OF), referiu que esta portaria «veio complementar a antiga». A assessora afiança que «em alguns anos serão acrescidos novos serviços na legislação». Na perspectiva da OF, «o serviço que está em falta é a renovação da prescrição» – serviço já prestado em vários países – uma vez que «há um diagnóstico previamente estabelecido» e o que o farmacêutico «simplesmente confirma se a medicação está a ser efectiva e segura». No entender de Ana Lopes, diretora-geral da Zentiva, patrocinadora deste evento, a Farmácia pode utilizar esta nova legislação «para se diferenciar entre si e no Sistema Nacional de Saúde». Apesar de ainda haver «um longo caminho por desbravar”, Ana Lopes defende que «quem for mais rápido vai ganhar com esta diferenciação». Durante a sessão, foram ainda esclarecidas as dúvidas dos farmacêuticos sobre a nova legislação. Esta edição especial da Farma Sessions contou com o patrocínio da Zentiva e o apoio da OCP, Plural, UDIFAR, Simposium Digital Healthcare e da IQVIA. A revista MARKETING FARMACÊUTICO, o portal Netfarma e a e-newsletter farmanews são media partners desta iniciativa. |