Farmacêutica e médico acusados de burla e falsificação de receitas
20 de fevereiro de 2018 O Ministério Público (MP) acusou uma farmacêutica e um médico por crimes de burla qualificada e falsificação de documentos, no âmbito de um esquema de receitas forjadas que terão lesado o Estado em mais de 74 mil euros. De acordo com a acusação citada na página da internet da Procuradoria da Comarca de Faro, os dois arguidos, com 65 e 60 anos, respetivamente, residentes no Algarve, «desenvolveram entre 2010 e 2013 um elaborado esquema fraudulento para obterem valores à custa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), causando um prejuízo ao Estado de mais de 74 mil euros», avançou a “Lusa”. Segundo o MP, o arguido, enquanto médico num Centro de Saúde do Algarve e conhecedor do funcionamento do sistema e dos dados pessoais dos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), emitia receitas forjadas de medicamentos comparticipados pelo Estado que entregava à arguida, farmacêutica, com quem estava casado na altura. A farmacêutica «sem dispensar efetivamente os medicamentos» remetia as receitas ao SNS e «obtinha desse modo os valores das comparticipações». «Terão sido forjadas e obtidas as respetivas comparticipações de centenas de receitas médicas, causando ao Estado um prejuízo de mais de 74 mil euros», sustenta o MP. O arguido foi demitido em 2014 do Centro de Saúde onde exercia funções, na sequência de um processo disciplinar instaurado pela Inspeção-Geral de Saúde. Além do casal, o Ministério Público acusou também uma sociedade farmacêutica unipessoal pertencente à arguida. O Ministério Público indica na acusação 223 testemunhas e deduziu um pedido de indemnização cível em representação do Estado, para ressarcimento dos prejuízos sofridos. De acordo com a Procuradoria da Comarca de Faro, a investigação revestiu-se de alguma complexidade, tendo o processo sido dirigido pela 2.ª secção (especializada) de Portimão do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) com a coadjuvação da Polícia Judiciária de Portimão. |