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Farmacêuticos hospitalares discutem em Tomar medicamentos biológicos e biossimilares

21-Mar-2014

A Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH) promove, hoje e sábado, em Tomar, uma reunião sobre medicamentos biológicos e os desafios colocados pelos biossimilares, procurando promover as melhores práticas entre os profissionais.

A presidente da APFH, Aida Batista, disse à agência “Lusa” que o aparecimento de biossimilares (correspondentes aos genéricos dos medicamentos biológicos) mais complexos coloca algumas questões que vão estar em discussão nestes dois dias em Tomar.

O encontro começa com uma sessão sobre “o acesso às novas estratégias terapêuticas”, falando os responsáveis de duas farmacêuticas sobre o mercado de medicamentos biológicos inovadores, seguindo-se outra sessão sobre “a revolução no tratamento da psoríase – papel dos biológicos e dos seus intervenientes”.

Nesta sessão, João Gonçalves, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, falará sobre “o valor da tecnologia nos biológicos inovadores” e Paulo Ferreira, do Hospital CUF Descobertas, sobre “o impacto dos biológicos inovadores na psoríase”.

João Paulo Cruz, do Centro Hospitalar Lisboa Norte, irá falar sobre “anticorpos monoclonais: uma nova era de biossimilares”, seguindo-se duas intervenções sobre medicamentos biológicos e uma sessão sobre “escolha da melhor opção terapêutica, futuras alternativas na esclerose múltipla”.

O dia de sábado será dedicado à temática das “boas práticas na farmácia hospitalar com os medicamentos biológicos”.

Aida Batista disse à “Lusa” que com o fim das patentes de alguns medicamentos biológicos começam a surgir biossimilares mais complexos que colocam algumas dúvidas quanto à sua utilização e alguma «desconfiança sobre se, não sendo originais, serão piores», tal como aconteceu inicialmente com os genéricos, agravada neste caso pelo facto de o próprio processo de fabrico poder originar alterações.

No encontro será divulgado todo o conhecimento que existe sobre os dois medicamentos e discutidas as melhores práticas, disse.

Segundo a presidente da APFH, há posições definidas sobre o uso de biossimilares, «mas a decisão não pode resultar da convicção pessoal, devendo ser estudada e debatida pelos farmacêuticos hospitalares», que devem estar conscientes dos aspetos a considerar no momento da opção.

Uma das vantagens dos biossimilares será a de fazerem o mercado baixar o preço, o que permitirá um decréscimo do custo por doente, que atualmente se situa em cerca de 11.000 euros anuais.

Aida Batista disse à “Lusa” que não existem ainda dados sobre o número de doentes em tratamento com medicamentos biológicos relativos a 2013, sendo que em 2012 havia 4.889 doentes com artrite reumatoide em tratamento.

Este tipo de tratamento tem tido um «crescimento muito grande» em ambulatório, para doenças dermatológicas, mas também para a esclerose múltipla e doenças do foro oncológico, sendo previsível a entrada de mais doentes dadas as claras melhorias que esta medicação permite, adiantou.