Um grupo de investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, encabeçado pelo farmacêutico Bruno Sarmento, integra um projeto europeu para o desenvolvimento de um novo tratamento para a doença de Crohn.
Chama-se Genecut e é financiado em 5,4 milhões de euros. O farmacêutico Bruno Sarmento lidera a equipa nacional, composta por outros 3 farmacêuticos, 10 estudantes de doutoramento com formação em ciências farmacêuticas e 1 engenheira biomédica. O objetivo passa pelo desenvolvimento “de um tratamento não invasivo, seguro, eficaz e direcionado baseado em RNA administrado oralmente”, explica o i3S em comunicado, citado pela Ordem dos Farmacêuticos (OF) no seu site.
A administração de RNA “será possibilitada por uma abordagem combinada onde novos biomateriais, concebidos para ultrapassar as barreiras no trato gastrointestinal, sob a forma de nanopartículas”, refere o responsável da equipa, adiantando que este vai permitir “combater localmente a inflamação no tecido intestinal, evitando efeitos secundários sistémicos”.
Os investigadores vão receber 400 mil euros, ao longo de quatro anos, para desenvolver um modelo tridimensional que simule o intestino inflamado desta doença. Assim, poderá ser usado “para testar a eficácia de nanomedicamentos”.
A equipa portuguesa vai ainda usar o conhecimento adquirido e comprovado das terapias que utilizam o mRNA e transferir a “revolucionária tecnologia do mRNA e siRNA para tratar a Doença de Crohn”.