Os farmacêuticos em Inglaterra já podem avaliar e examinar doentes e, até, prescrever antibióticos, se tal for considerado necessário. Ao abrigo do programa Pharmacy First, os pacientes podem agora encontra apoio nas farmácias comunitárias inglesas, libertando os médicos de medicina geral e aliviando a pressão do NHS (serviço nacional de saúde inglês). Contudo, são apenas sete as condições que podem ser tratadas pelos farmacêuticos.
Garganta dorida ou inflamada, dores de ouvido, sinusite, impetigo, herpes, picadas de inseto que infetem e infeções do trato urinário, pouco complicadas, em mulheres. São estes os sete âmbitos nos quais os farmacêuticos vão exercer uma atividade mais alargada. Se considerado como o mais indicado, os doentes serão então, posteriormente, encaminhados para serviços de urgências, médicos de medicina geral ou para demais serviços do NHS.
Segundo a BBC, Tase Oputu, responsável da Royal Pharmaceutical Society (RPS), explicou que, relativamente à preocupação de um possível aumento da prescrição de antibióticos, que existirá um controlo bastante estrito desta situação. O protocolo incluirá o fornecimento, ao paciente, de informação adequada, bem como todas as hipóteses de alívio de sintomas, antes da opção antibiótico. O NHS estará atendo a um possível aumento do uso de antibióticos, e consequentes efeitos negativos, prometendo um escrutínio contínuo. Não de forma tão generalizada, este tipo de serviço já está disponível na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, onde não se verificou uma evidência relevante de crescimento na prescrição de antibióticos.
Juntamente com este serviço, os farmacêuticos veem a sua remuneração ser alterada. Refere também a BBC que, além das duas mil libras mensais de ordenado, serão pagas mais 15 por consulta e mais mil se consultarem um determinado número mínimo de pacientes.
Já no Independent, é referido que a medida vai libertar cerca de 10 milhões de consultas de medicina geral, dando ainda à comunidade mais locais onde se podem deslocar em caso de necessidade por problemas de saúde.
O NHS diz que 9 em cada 10 farmácias aderiram ao programa, num total de 10 265. Rishi Sunak, primeiro-ministro inglês, explicou: “As farmácias comunitárias já fazem um trabalho tremendo no tratamento de condições menos graves, e com o Pharmacy First, apoiado por um investimento de 645 milhões de libras, estamos determinados a ir mais além e desbloquear todo o potencial para disponibilizar cuidados”.