Farmacêuticos questionam se Governo tem condições políticas para implementar plano da saúde 395

O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF), Hélder Mota Filipe, em declarações à agência Lusa, considerou que o plano para a saúde apresentado na passada quarta-feira (29) foi “bem contruído”.

“É um plano que me parece abordar áreas que é fundamental que tenham intervenção. É o caso da oncologia, das urgências e da saúde mental, que são áreas muito importantes e com medidas bem identificadas e estratificadas no tempo. O problema é se há, ou não, condições políticas, por um lado, e financeiras, por outro, para implementar as medidas”, afirmou o bastonário da OF.

Segundo Hélder Mota Filipe, o plano de emergência e transformação na saúde aprovado em Conselho de Ministros inclui “aspetos que precisam de decisões e até de alterações legislativas urgentes” para que as respetivas medidas possam ser implementadas.

“É preciso que haja condições e um ambiente político para que essas medidas possam ser adequadamente implementadas com o suporte legal que é fundamental”, realçou o bastonário.

Ao nível financeiro, apontou o exemplo dos processos relacionados com o reconhecimento dos profissionais de saúde, que incluem melhorias salariais e progressões salariais, e que “precisam ter o envelope financeiro associado”.

Na área farmacêutica, o bastonário realçou “três áreas positivas”, relacionadas com uma melhor gestão do medicamento, com a reserva estratégica do país e com a estratégia de ensaios clínicos.

Destacou “áreas menos positivas”, como o potencial que os farmacêuticos comunitários têm de ajudar a diminuir a pressão no SNS, que poderia “ter sido mais longe”, como se verifica em toda a Europa, alertou.

“No geral, e com esses reparos, parece-me um bom plano com os pés assentes na terra, em termos das respostas que são necessárias para o sistema, que está estruturado temporalmente”, concluiu.

O Governo prevê, para as medidas urgentes, resultados até três meses; para as prioritárias, resultados até ao final deste ano; e para as estruturantes, resultados a médio e longo prazo.

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