Os farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) voltam à greve em 24 de julho, a primeira de uma nova ronda de protestos que se estende por setembro com paralisações nacionais e por distritos, anunciou na passada sexta-feira (07) o sindicato.
“Após mais três dias de greve dos farmacêuticos do SNS com elevada adesão, o Ministério da Saúde continua em silêncio e sem manifestar qualquer intenção de iniciar um processo negocial sério”, adiantou o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF).
Segundo o pré-aviso que a Lusa teve acesso, esta ronda de greves inicia-se em 24 de julho, com a paralisação dos farmacêuticos em todo o país, prosseguindo em 05 de setembro nos distritos de Beja, Évora, Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal e nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
Para 12 de setembro está marcada greve em Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo, Vila Real, Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu, terminando o protesto em 19 setembro com mais uma greve de âmbito nacional.
Entre as reivindicações do SNF consta a atualização das grelhas salariais, a contagem integral do tempo de serviço no SNS para a promoção e progressão na carreira, a adequação do número de farmacêuticos às necessidades do serviço público e o reconhecimento por parte do Ministério da Saúde do título de especialista.
“Contrariamente ao que se verifica com outras estruturas sindicais da área da saúde, que têm mantido negociações com o ministério mesmo com protestos e greves agendadas e a decorrer, a reunião agendada com o SNF para 02 de junho foi adiada”, lamentou o sindicato.
Passado mais de um mês desse adiamento, sem que fosse agendada uma nova data, “só podemos depreender que o ministério abandonou as negociações”, salientou ainda o sindicato, ao garantir que os farmacêuticos “vão manter várias formas de luta até garantirem o início de negociações sérias com o Ministério da Saúde”.
Esta é a segunda ronda de greves deste ano, depois dos três dias de paralisações em junho, para exigir um avanço nas negociações com o Governo.
Em janeiro realizou-se uma reunião entre as duas partes que o sindicato considerou uma “absoluta desilusão” e os encontros posteriores terminaram sem avanços significativos.
Nas greves do início de junho a adesão foi de cerca de 90%, de acordo com os números do sindicato.