É uma possibilidade e encontra-se em discussão. A Associação Nacional das Farmácias (ANF) estabeleceu uma parceria com a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), no sentido de formar os farmacêuticos e abrir a porta à entrada de psicólogos nas farmácias comunitárias, aumentando o leque de serviços de proximidade.
Ao Netfarma, a presidente da ANF confirma que “a integração de acompanhamento por psicólogos na carteira de serviços prestados à população pelas farmácias comunitárias constitui um dossier que, pela sua importância, se encontra em discussão”. A parceria, explica, parte de estudos que revelam “o nível de burnout dos profissionais das farmácias comunitárias, tendo em conta o contexto pandémico em que foram chamados s intervir”.
Admitindo existirem “vários fatores a considerar na implementação desta oferta, e que têm de ser devidamente ponderados por todas as partes envolvidas”, Ema Paulino enumera as três metas da ANF neste âmbito: “cuidar das nossas equipas internas, capacitar as nossas equipas a lidarem com pessoas que chegam às farmácias [com questões de saúde mental] e a oferta no leque das farmácias, com a possibilidade de integrar um psicólogo na equipa”.
“Para cuidarmos dos outros temos também de estar bem do ponto de vista da saúde mental”, reitera, para assim justificar, num primeiro plano, a formação para que as equipas saibam cuidar de si. Segue-se o paciente, cuja dispensa de medicamentos pode abrir “a oportunidade de uma conversa ao nível da sua saúde mental, e nessa circunstância seria importante para os farmacêuticos estarem capacitados para poder intervir de uma forma positiva e identificar sinais para que as pessoas possam ser reencaminhadas para os cuidados adequados”, diz.
Finalmente, a possível integração de psicólogos na equipa das farmácias. “À semelhança do que acontece com outros profissionais de saúde de uma forma mais prevalente, como sejam os nutricionistas ou os enfermeiros, que possamos ter nas nossas farmácias psicólogos que complementem a nossa intervenção”.
Ema Paulino deixa ainda clara a “disponibilidade total” das farmácias para “colaborar com outros profissionais de saúde, numa perspetiva de complementaridade e de maiores ganhos em saúde para as pessoas”. “Somos, há muito, acérrimos defensores de se aproveitar a capilaridade e proximidade que a rede tem das pessoas para responder às necessidades ou colmatar dificuldades do sistema”, conclui a presidente da ANF.