Quarenta e sete farmácias comunitárias do concelho de Loures dirigiram uma carta ao Presidente da República com o objetivo de impedirem a reabertura da farmácia do hospital de Loures, fechada desde 2 de abril, data em que cessou o contrato de exploração.
As farmácias que compõem o Movimento “Loures tem+ Saúde”, referem-se ao Projeto de Lei “Manutenção de farmácias de dispensa de medicamentos ao público nas instalações dos hospitais do Serviço Nacional Saúde” como uma exceção sem justificação ao regime legal. Na missiva, a que o NETFARMA teve acesso, afirmam tratar-se de uma «situação de privilégio» e um caso único no contexto europeu.
Segundo a carta do Movimento «essa farmácia era manifestamente desnecessária», mencionando a existência de duas farmácias nas imediações do Hospital Beatriz Ângelo, uma a 350 e outra a 650m de distância, e referindo que todos os utentes têm a sua medicação assegurada pelo Serviço de Urgência ou pelas farmácias comunitárias.
Eunice Barata, proprietária da farmácia do Hospital Beatriz Ângelo, em declarações ao NETFARMA sobre este assunto, explicou que durante este período de fecho, têm recebido visitas de vários utentes a solicitar os seus medicamentos. A proprietária continua a defender que a possível reabertura é uma «solução boa para os utentes» e que não «degrada» a rede de farmácias do concelho, remetendo para o estudo feito a nível nacional pelos Farmacêuticos do HBA, que conclui que a existência de farmácias de venda ao público nos hospitais não interferiu com o número de farmácias comunitárias. Eunice Barata mantém-se, assim, com «esperança» que depois da primeira fase de aprovação na generalidade e na especialidade, o Presidente da República aprove o Projeto de Lei que permitirá a reabertura da farmácia do HBA.