Foi apresentado esta tarde o Plano de Vacinação covid-19, onde se indica o mês de janeiro para início do processo que será dividido por fases. Numa primeira fase, a prioridade será para pessoas com mais de 50 anos e patologias associadas; para os profissionais de saúde e serviços essenciais; residentes e trabalhadores em lares de terceira idade; e forças policiais e armadas.
Segundo Francisco Ramos, coordenador da task force que preparou o plano de vacinação, estima-se que sejam vacinadas 950 mil pessoas nesta fase: 250 mil no grupo dos lares; 400 mil pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas; e 300 mil profissionais de saúde e serviços essenciais e forças de segurança.
Numa segunda fase a prioridade será dada a pessoas com mais de 65 anos sem patologias associadas, a pessoas com mais de 50 anos, alargando o numero de patologias associadas, como diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, obesidade e hipertensão arterial. A comissão recomenda a inclusão de outras patologias, caso se considere necessário. Nesta fase prevê-se que sejam vacinadas 1,8 milhões de pessoas, mas não foi apontada uma data para o seu início.
A terceira fase, igualmente sem previsão de data, será direcionada ao resto da população, desde que se confirme um ritmo de abastecimento de vacinas que o permita. Caso contrário, serão criados novos grupos prioritários.
Sobre a operação logística da vacinação contra a covid-19, Francisco Ramos indicou que vai ser “mais robusta” e centralizada do que habitualmente.
Ao contrário da vacinação contra a gripe, que ocorre num processo descentralizado, regionalizado e próximo dos locais de vacinação, no caso da vacina contra a covid-19 será uma operação centralizada, naquilo que o coordenador descreveu como “uma lógica de comando e controlo”.
A vacinação será administrada nos pontos de vacinação habituais dos centros de saúde, nos lares e unidades de cuidados continuados, pelo menos na primeira fase, reforçou Fernando Ramos.
O primeiro-ministro António Costa referiu que a Agência Europeia do Medicamento encurtou prazos, mas não facilitou na exigência de rigor sobre as vacinas que vierem a ser validadas que merecerão “toda a confiança”.
“Neste momento, há todas as razões para podermos confiar no trabalho que está a ser desenvolvido pela Agência Europeia do Medicamento e na eficácia das vacinas que vierem a ser aprovadas”, declarou.
De acordo com António Costa, a Agência Europeia do Medicamento vai reunir-se no próximo dia 29 para apreciar o primeiro pedido de licenciamento e, no inicio de janeiro, irá apreciar um segundo pedido de licenciamento, havendo ainda outras duas solicitações que se encontram numa fase um pouco mais atrasada, embora já em apreciação nesta entidade europeia.
“Seguramente nas próximas semanas vai haver grande debate público sobre as vacinas. Vão começar a ser divulgados “dossiers” técnicos disponibilizados pelas empresas relativamente aos processos das vacinas. Vamos acompanhar esse debate, mas confiando nas instituições oficiais que têm a competência técnica para o licenciamento das vacinas”, acrescentou.
O primeiro-ministro, afirmou ainda que o plano de vacinação apresenta “quatro marcas fundamentais: será universal, facultativo, gratuito e distribuído a toda a população de acordo com os critérios de prioridade definidos técnica e cientificamente e validados politicamente”.