O Estado pagou no total 19,4 milhões de euros às farmácias, entre janeiro de 2017 e março de 2019, para a venda de genéricos, medida que tinha como objetivo o aumento do consumo de genéricos. Nessa altura começou a pagar 35 cêntimos às farmácias por cada embalagem vendida. As farmácias dizem, no entanto, que o Estado apenas cobriu um terço das despesas com a venda destes remédios em dois anos.
O Jornal “Público” avançou com os valores e informou que a medida de incentivo já fez com que os utentes e o Serviço Nacional de Saúde (SNS) poupassem 825,8 milhões de euros com a compra de genéricos, segundo o Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (Cefar) da ANF. No entanto, as farmácias perderam, em média, 39 cêntimos por cada embalagem — os 19,4 milhões de euros de incentivo do Estado só cobriram um terço daquilo que as despenderam com a venda destes medicamentos em dois anos. O cefar avança que as farmácias tiveram prejuízos de 52 milhões de euros.
Como notícia do “Observatório”, as farmácias querem assim que o modelo de incentivos seja revisto e a ANF disse ao “Público” que o intuito é compensar «mais as farmácias com maior quota de genéricos e que mais contribuem para o crescimento do mercado». No entanto, o INFARMED diz que, para já, «não foi desencadeado um processo de revisão do sistema em causa».
Com a quebra que se verificou entre dezembro do ano passado e janeiro de 2019 de três décimas na venda dos genéricos, dados do Cefar, o Estado conseguiu poupar 400 mil euros com a venda destes remédios.
O INFARMED avança que «os primeiros dados de 2019 apontam para uma pequena redução da quota de genéricos face ao valor verificado no acumulado do ano de 2018», o que ainda assim significa «uma recuperação do valor de quota registado em 2018». Mas «a redução da quota de medicamentos genéricos não significa uma redução da utilização destes medicamentos», faz notar, sendo que janeiro deste ano alcançou-se o valor mais alto de embalagens vendidas — 6,2 milhões. (Ver notícias).