FDA alerta para perigos da combinação de medicamentos para a hepatite C com fármacos para a arritmia 514

FDA alerta para perigos da combinação de medicamentos para a hepatite C com fármacos para a arritmia

24 de Março de 2015

A Food and Drug Administration (FDA) emitiu um alerta em que explica que os doentes que estiverem a tomar amiodarona, utilizado para equilibrar batimentos cardíacos irregulares, não devem ser tratados com os fármacos inovadores para a hepatite C.

Esta comunicação surge na sequência da morte de um doente com problemas cardíacos e da verificação de efeitos secundários graves noutras pessoas, situações que levaram a que as indicações dos novos medicamentos da Gilead Sciences fossem revistas.

A partir de uma avaliação do tratamento concluiu-se que o fármaco não pode ser dado a pessoas que, ao mesmo tempo, estejam a tomar um medicamento para a arritmia.

A conjugação dos fármacos inovadores com os medicamentos para a arritmia provocou nove casos de bradicardia, isto é, de diminuição do ritmo cardíaco que obrigaram à colocação de pelo menos três pacemakers nos doentes. Numa das situações foi mesmo registado um óbito.

As pessoas que tomem outros medicamentos conhecidos como betabloqueantes, utilizados geralmente na hipertensão, também têm riscos acrescidos. «A bradicardia ocorreu de forma geral em poucas horas ou dias, mas em alguns casos observou-se até duas semanas depois de se ter iniciado o tratamento para a hepatite C», acrescentou a FDA. O tratamento para a hepatite C demora entre oito a 12 semanas, mas pode prolongar-se até 24 semanas. Caso o médico defenda que o benefício de continuar com o tratamento é maior do que o risco, a FDA recomenda uma monitorização muito apertada dos doentes e até mesmo o internamento.

A Gilead em Portugal garantiu que «as normais atividades de farmacovigilância decorrem em colaboração com as agências reguladoras e com a comunidade médica, com a regularidade prevista» e que a «monitorização tem por base a utilização destes medicamentos na prática clínica», reforçando que 200 mil pessoas já os receberam em todo o mundo, mais de 1.000 em Portugal.