Federação do sangue alerta que há hospitais “com grandes dificuldades” nas reservas 278

A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (Fepodabes) alertou hoje (23) para a necessidade de aumentar as reservas de sangue, indicando que há hospitais “com grandes dificuldades” e a adiar pequenas cirurgias.

“Já tínhamos conhecimento, nomeadamente o Hospital Santa Maria e o Hospital de Évora, que tinham os níveis de sangue muito complicados e que já estavam a fazer alguma reflexão no que toca a intervenções cirúrgicas, porque temos de ter sempre uma reserva, nomeadamente para alguns acidentes ou casos pontuais que apareçam”, disse o presidente da federação, Alberto Mota, avança a Lusa.

Álvaro Beleza, diretor do Serviço de Sangue do Centro Hospitalar Lisboa Norte/Hospital de Santa Maria, avançou à Rádio Renascença (RR), assim como Alberto Mota, avançou à Lusa, que aquela unidade hospitalar tinha sido obrigada a adiar cirurgias não urgentes – entretanto já realizadas.

“Tivemos que adiar algumas cirurgias programadas, isto é, que não eram urgentes, porque houve uma escassez muito grande, nomeadamente o grupo A e 0, mas o grupo A foi o pior. Foi uma situação difícil”, descreveu o médico à RR.

À Lusa, Alberto Mota explicou que é preciso que “as reservas aumentem”, dizendo que 2024 é “um ano muito complicado no que toca às reservas”.

O presidente da Fepodabes reconheceu ainda que no verão costuma haver “uma quebra das reservas”, mas normalmente só acontecia em meados de agosto.

Apontando à campanha “DÊ SANGUE ESTE VERÃO-QUE MELHOR QUE DAR SANGUE E IR DE FÉRIAS?”, Alberto Mota apelou novamente às pessoas que façam a sua dádiva de sangue antes de irem de férias, referindo que são precisas entre 1.000 e 1.100 unidades de sangue todos os dias.

“É preciso termos cerca de 800 a 900 pessoas disponíveis para poder fazer a sua dádiva todos os dias. Temos de ter mais dadores regulares: os homens de três em três meses e as mulheres de quatro em quatro meses, para ver se nós conseguimos subir essas reservas que neste momento estão em baixo”, acrescentou.