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Federação Farmacêutica Médica denuncia que a Venezuela precisa de mais medicamentos

30 de janeiro de 2017

A Federação Farmacêutica Venezuelana (Fefarven) denunciou que «fazem falta mais medicamentos na Venezuela», país onde a escassez de remédios ronda os 85%.

A denúncia foi feita pelo presidente da Fefarven, Freddy Ceballos, que apelou ao Governo venezuelano para autorizar o acesso do setor às divisas necessárias para importar matéria-prima.

«Temos um nível de falhas de 85%. Não há um verdadeiro planeamento da produção, porque, lamentavelmente, as empresas já não podem dedicar-se a programar e a planear a sua produção devido à quantidade de problemas que temos», disse Ceballos à “Venevisión” (canal privado de televisão).

Na Venezuela vigora, desde 2003, um sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção local de moeda estrangeira e obriga os fabricantes a acudirem às autoridades a fim de obterem autorizações para aceder a dólares para as importações, um requisito que os empresários queixam-se estar mais demorado e que há atrasos na libertação dos valores concedidos.

Segundo Freddy Ceballos a escassez de medicamentos é ocasionada por vários fatores, mas principalmente pela falta de dólares para as importações de matéria-prima, tendo o setor recebido, em 2016, «menos da metade» do valor de divisas que lhes foi atribuído no ano anterior, avançou a “Lusa”.

Por outro lado, lamentou que «todas as políticas que implementou o Estado têm sido para (têm estado orientadas) a distribuição» e alertou que «o problema de abastecimento não é de distribuição, mas de produção» de medicamentos.

Para a Fefarven a situação «é crítica» e os venezuelanos estão «a pagar com as suas vidas, a grave situação».

«Culpam os preços do petróleo por tudo. Nós não conhecemos nenhum país exportador de petróleo onde os pacientes estejam a morrer pela falta de medicamentos e pela falta de alimentos», enfatizou.

Caballos denunciou ainda que 10% dos medicamentos que entram formalmente ao mercado, entram de maneira ilícita e «custam mais do que um salário mínimo».