Fee dos serviços nas farmácias: “Temos um caminho a fazer” 904

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reconheceu, no que toca aos “serviços que garantam os cuidados que precisamos de oferecer, aos portugueses, em complementaridade com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que há um caminho a fazer”.

Neste sentido, reconheceu, hoje, durante a sessão de encerramento do evento de apresentação de um estudo, da responsabilidade da Associação Nacional das Farmácias (ANF), que avaliou o impacto da participação das farmácias comunitárias na campanha de vacinação sazonal, que, em termos de alargar os cuidados prestados pelas farmácias comunitárias, utilizando de forma racional e integrada a sua rede no sistema de saúde, que “no anterior Governo houve uma evolução muito importante, cabendo a nós, atual Governo, olhar e discutir propostas”.

Deste modo, há “um caminho que tem de continuar a ser trilhado”. Mais especificamente, referiu que “começámos com um pagamento por ato ou serviço, que foi definido na altura e, neste momento admitimos que temos um caminho a fazer  para compreender o fee para o serviço que as farmácias prestam”. De acordo com a governante, “existe espaço para este diálogo”, sendo que ao Ministério da Saúde “competirá fazer as suas opções dentro do seu programa orçamental para 2025”.

 

Registo de saúde eletrónico

Ana Paula Martins destacou ainda que “estamos a evoluir muito naquilo que é o registo de saúde eletrónico”, revelando que “no final de 2025, com verbas do PRR, há uma série de metas que vamos conseguir concretizar, garantindo que este registo de saúde eletrónico fica não só disponível no SNS, como também que o cidadão possa relacionar-se com todos os prestadores que com a sua autorização possam aceder a ele”.

Iniciar a preparação do inverno

A ministra da Saúde referiu ainda “que tínhamos conversado sobre, chamemos-lhe um protocolo para o período de legislatura, que enquadrasse a nossa atividade conjunta”, no fundo, “medidas que com as farmácias e outros agentes se possam alcançar” resultados em saúde para os portugueses. Quanto a isto, a governante declarou que “reitero a disponibilidade e o interesse”. Mas admitiu que, “eventualmente, o calendário terá de ser ajustado”, prometendo novidades “talvez em julho”. Além, deste protocolo, “vamos muito rapidamente iniciar a preparação do inverno e a vacinação é uma das principais prioridades. Vamos começar o mais depressa possível para que todos se possam preparar o melhor possível”, concluiu a governante.

“70% das vacinas foram administradas nas farmácias”

No que toca à vacinação sazonal nas farmácias Ema Paulino, presidente da ANF, revelou, também durante a sessão de encerramento do evento da apresentação do estudo sobre o impacto das farmácias na vacinação sazonal, que “recordo-me de, numa das várias reuniões de preparação (e foram muitas), de nos ter sido apresentado o objetivo ambicioso do número de vacinas a administrar no nosso país nas farmácias e nos centros de saúde… e quando me questionaram se seriamos capazes de corresponder àquelas projeções, respondi que as farmácias, como é seu hábito, iriam superar as melhores expectativas”. Segundo a presidente da ANF, “o esforço conjunto de mais de 3500 pontos de vacinação permitiu que fossem administradas quase 4,5 milhões de vacinas, sendo inegável o elevado impacto da rede farmácias nesta operação, já que aproximadamente 70% das vacinas foram administradas nas farmácias”.