Feira vai recolher seringas, agulhas e outros resíduos cortantes nas farmácias 246

A Câmara de Santa Maria da Feira vai assegurar a recolha de resíduos como seringas, agulhas e outros cortantes médicos nas 27 farmácias do concelho, revelou hoje a autarquia, propondo-se tornar mais seguro o tratamento final desses materiais.

Segundo disse à Lusa o vereador que tutela o Ambiente nessa autarquia do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana o Porto, o concurso público para seleção da empresa especializada que assumirá esse serviço já está a decorrer e termina a 26 de março, tendo um valor base de adjudicação de 36.676 euros.

A maioria destes materiais farmacêuticos de autocuidado são descartados junto com o lixo normal, nos contentores para indiferenciados, e, além de isso não ser uma boa solução em termos do tratamento final a dar aos resíduos, representa riscos de saúde para quem trabalha nos centros de triagem, porque, mesmo com todas as cautelas, os corto-perfurantes causam frequentes lesões nesses profissionais”, afirmou Mário Jorge Reis.

A medida já foi testada com “bons resultados” num projeto-piloto, que começou por abranger apenas uma farmácia e depois foi alargado a mais nove. Essa experiência inicial demonstrou, por um lado, que os farmacêuticos estão recetivos a colaborar, acomodando nos seus estabelecimentos contentores específicos para o efeito, e, por outro, que os cidadãos que utilizam os materiais, quando informados sobre a realidade do processo, estão dispostos a alterar hábitos, separando esses resíduos para depósito posterior nas farmácias.

Estamos a prever que o serviço de recolha passe uma vez por mês em cada farmácia e, para isso, vamos dar a todas elas um contentor próprio, de 30 litros de capacidade. Mas se os estabelecimentos acharem que isso é pouco para a quantidade de resíduos que recebem, há possibilidade de lhes entregarmos outro, se o requisitarem”, adiantou Mário Jorge Reis.

Para o autarca social-democrata, o importante é que os utilizadores deste material clínico de uso doméstico tomem consciências de que em causa estão resíduos que “não podem ser descartados de qualquer maneira”.

“Não é só uma questão ambiental – é também uma questão de saúde pública, dado o risco de o material usado por determinada pessoa poder contaminar alguém que trabalhe nos centros de triagem, onde nem sempre as pessoas conseguem evitar ser cortadas por estes resíduos”, realçou o vereador.

Se todos os trâmites burocráticos relativos ao concurso público decorrerem dentro da normalidade, a expectativa de Mário Jorge Reis é que a recolha dos resíduos equivalentes a hospitalares, cortantes e perfurantes possa arrancar já no mês de maio em todas as farmácias do concelho – que tem cerca de 213 quilómetros quadrados e 137.000 habitantes.