Fim de ingestão compulsiva de alimentos não leva a perda de peso imediata 24 de Setembro de 2015 O fim da ingestão compulsiva de alimentos não resulta em perda de peso imediato. Esta é uma das conclusões a que chegou um grupo de investigadores da Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra (UC), que avaliou no último ano 31 mulheres, no âmbito do programa BeFree.
Para além de serem obesas ou terem excesso de peso e episódios regulares de ingestão compulsiva e excessiva de alimentos, as 31 mulheres selecionadas apresentavam, associado àqueles problemas, um outro: o sofrimento emocional.
«Dito de uma forma simplista, leiga, as pessoas utilizavam a ingestão compulsiva de alimentos (normalmente com um alto teor de açúcar) como estratégia para lidar com os afetos negativos», explicou um dos investigadores, Sérgio Carvalho.
As mulheres foram divididas em pequenos grupos e participaram, ao longo de 12 semanas, noutras tantas sessões, nas quais trabalharam as respetivas relações com a alimentação e com as emoções.
Segundo Sérgio Carvalho, em relação aos grupos de controlo a evolução foi evidente: «As mulheres que beneficiaram do BeFree apresentaram-se menos deprimidas e a maior parte não tinha, já, comportamentos de ingestão alimentar compulsiva. Na totalidade dos casos aqueles episódios tinham, pelo menos, diminuído para níveis subclínicos», relatou o investigador ao “Público”.
Não se verificou, contudo, qualquer alteração no peso, o que, segundo Sérgio Carvalho, poderá resultar do facto de «a obesidade resultar sempre de uma multiplicidade de fatores».
A equipa aguarda pelo acompanhamento das participantes no projeto aos seis meses após a intervenção (que acontece em momentos diferentes, consoante os grupos) para apurar os reflexos do programa a longo prazo.
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