Financiamento de medicamento para cancro da próstata: “Contribuir com uma nova alternativa terapêutica” 370

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) aprovou o financiamento, a 100%, do inibidor oral do recetor de androgénio (iRA) NUBEQA® (darolutamida) em combinação com docetaxel e terapêutica de privação androgénica (TPA) para o tratamento de doentes com cancro da próstata metastático hormonossensível.

Em comunicado, a Bayer destaca que o NUBEQA® já era financiado em Portugal para o tratamento de doentes com cancro da próstata não metastático resistente à castração (CPnmRC), que apresentam um risco elevado de desenvolver doença metastática.

Porém, “com o financiamento desta nova indicação no tratamento de doentes com CPmHS, a Bayer Portugal está a contribuir com uma nova alternativa terapêutica que, de acordo com os resultados do estudo ARASENS, demonstrou reduzir significativamente o risco de morte em 32,5% em comparação à associaçãode docetaxel com terapêutica de privação androgénica”, referiu, no comunicado citado, Carla Gonçalves, medical director da companhia.

Além disso, ainda de acordo com Carla Gonçalves, “darolutamida em associação com docetaxel e TPA demonstrou benefícios consistentes em todos os objetivos secundários clinicamente relevantes, com a incidência global de eventos adversos emergentes do tratamento a ser semelhante entre os braços de tratamento”. Estes resultados foram publicados no The New England Journal of Medicine.

“Nos doentes com mCSPC de alta carga tumoral ou outros fatores de mau prognóstico, a escolha terapêutica em primeira linha será, sem dúvida, a mais decisiva. A progressão para a fase de resistência à castração acarreta um prognóstico reservado, e o nosso objetivo é atrasar ao máximo essa transição. A aprovação da combinação de darolutamida com docetaxel e terapêutica de privação androgénica permitirá explorar duas vias de ação diferentes e complementares. Este racional biológico demonstrou que a combinação pode intensificar a resposta ao tratamento, atrasar a ocorrência de sintomas que afetam a qualidade de vida e prolongar a sobrevivência dos doentes. Globalmente, o perfil de tolerância da darolutamida é bastante favorável, o que permitirá otimizar os resultados sem impactar negativamente a segurança e a qualidade de vida”, reforça André Mansinho, médico oncologista e investigador, também no comunicado.