FNAM aconselha utentes a confirmar consulta antes de deslocação ao hospital
8 de julho de 2014
A presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Maria Merlinde Madureira, aconselhou hoje os utentes a não saírem de casa sem confirmar as suas consultas devido à greve dos médicos que se iniciou às 00:00.
«O utente vai ser afetado pela greve, mas não há risco de vida para ninguém e os serviços mínimos estão assegurados», disse à agência “Lusa” a presidente da comissão executiva da FNAM, salientando que ainda não existem números de adesão à paralisação.
A greve contra as políticas do Governo, que começou às 00:00 de hoje e decorre até às 24:00 de quarta-feira, foi convocada pela FNAM e conta com o apoio da Ordem dos Médicos, de várias associações do setor, de pensionistas e de doentes.
De acordo com Maria Merlinde Madureira, os serviços mais afetados pela greve são as consultas externas e as cirurgias.
«Aconselho os utentes a não saírem de casa sem ter a certeza de que a sua consulta se vai realizar. Será no setor das consultas e da cirurgia programada que haverá os maiores prejuízos imediatos que serão compensados pela garantia de um futuro melhor na saúde», sublinhou.
A dirigente da FNAM adiantou que os motivos da greve prendem-se com a defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dos profissionais e utentes.
«Esta é uma luta contra uma portaria que destrói o SNS, que destrói hospitais ao retirar-lhes valências, ao diminuir acessibilidades», disse.
Na origem da greve, esclareceu Maria Merlinde, está uma portaria «que obriga os médicos de família a praticarem atos que não lhes respeitam» como a medicina de trabalho e a saúde pública.
«É uma luta contra a organização da VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação) e INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) e um conjunto de atitudes que visam defender o SNS e a dignidade dos médicos que tem sido posta em causa», disse.
Este é a segunda greve de médicos que Paulo Macedo enfrenta, tendo a primeira decorrido há dois anos.
Ao contrário da greve de 2012, esta greve não terá a participação do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) que, no dia em que foi anunciada esta forma de luta, explicou que não aderia.
Na altura, o secretário-geral do SIM disse que o sindicato não participaria na greve pois «não desiste de dialogar e negociar com o Ministério da Saúde, porque entende que esse é o caminho que melhor defende e serve os interesses dos médicos seus associados».