FNAM: Ministro é «o único responsável» pela paralisação
10 de julho de 2014
A presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Maria Merlinde Madureira, disse ontem em Coimbra que o ministro da Saúde é «o único responsável» pela greve realizada na terça-feira e quarta-feira, convocada por aquela estrutura sindical.
Comentando as declarações do ministro da Saúde, Paulo Macedo, afirmando esperar que a paralisação dos médicos não se repita, pois prejudica os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a dirigente da FNAM afirmou que «esta greve não se teria realizado se o senhor ministro tivesse pensado isso antes».
Se Paulo Macedo «tivesse pensado que penalizados são também os profissionais [de saúde] e que penalizado é o SNS», a greve não teria acontecido, salientou Maria Merlinde Madureira.
«Portanto, o único responsável por esta greve é mesmo o senhor ministro da Saúde», sustentou a líder da FNAM, que falava, ao final da tarde de ontem, numa conferência de imprensa, em Coimbra, depois de ter participado numa reunião da Comissão Executiva da Federação, para fazer o «balanço destes dois dias de greve».
«A FNAM entende que, após esta mensagem enviada ao Governo, o Ministério [da Saúde] terá, necessariamente de alterar toda a sua postura de pseudo-negociação com os sindicatos, enquanto prossegue com a publicação de diplomas altamente gravosos para a qualidade dos serviços de saúde, para a dignidade de toda uma classe com forte impacto social e para essa grande realização da nossa civilização – o SNS», afirmam os dirigentes da Federação numa nota de balanço da greve.
«Os pontos que levaram a FNAM a decretar esta luta são do pleno conhecimento» da tutela pelo que «aguardamos ser convocados para uma reunião urgente» na qual «possamos ver satisfeitas as reivindicações que os sindicatos em devido tempo apresentaram», sublinha a mesma nota.
«Acreditamos que há bom senso numa pasta como a da Saúde» e que «voltaremos à mesa das negociações», reforçou Maria Merlinde Madureira citada pela “Lusa”.
Mas «temos a certeza de que lutaremos para conseguir alterar a atual política de saúde», assegurou a secretária-geral da FNAM, adiantando que as formas de luta a eventualmente adotar serão «encontradas na altura própria».