O coordenador da “task-force”, Francisco Ramos, acusou esta quarta-feira, dia 16 de dezembro, a Associação Nacional das Farmácias (ANF) de ter sido “obstáculo” ao sucesso da vacina da gripe, e daí a exclusão das farmácias da primeira fase de vacinação contra a covid-19.
Estas declarações foram proferidas numa intervenção por videoconferência na audição conjunta da Comissão de Saúde e da Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia, na Assembleia da República, indicou a Lusa.
Francisco Ramos reiterou que “gostaria muito de considerar as farmácias” já para a vacinação, mas sustentou que os interlocutores para esse processo são “um problema” a resolver.
“A forma como foi gerido esse processo não correu bem e quero reafirmar que as farmácias foram vítimas também de uma deficiente organização. A minha avaliação é que a responsabilidade desse insucesso é da maior associação representativa das farmácias. A sua participação no processo foi mais um obstáculo ao sucesso do que uma ajuda, ajudando a criar falsas expetativas à população”, explicou.
Francisco Ramos acrescentou ainda que “com dois milhões de doses não se vacina a população inteira” contra a gripe sazonal, indicando que a associação representativa das farmácias criou uma “falsa noção” da acessibilidade à vacina.
Por esta razão, os centros de saúde serão os responsáveis pela vacinação contra a covid-19 na primeira fase de modo a “garantir que o processo decorre da melhor forma possível”, afirmou.
Tal como anunciado pelo governo, aquando da apresentação do Plano Vacinação Covid-19, na primeira fase do plano de vacinação, a vacina será administrada nos cerca de 1.200 pontos de vacinação habituais dos centros de saúde, nos lares e unidades de cuidados continuados e no âmbito da medicina do trabalho para os profissionais dos serviços essenciais.
Na mesma intervenção, de acordo com a Lusa, Francisco Ramos adiantou ainda que as Forças Armadas vão ficar de fora do processo de distribuição das vacinas contra a covid-19.
“É a empresa que vai entregar as vacinas. A distribuição no continente não será feita pelas Forças Armadas, a responsabilidade do processo de distribuição será dos elementos a colaborar connosco. Não serão veículos das Forças Armadas a fazer essa distribuição, será feita através de organizações e instrumentos certificados e licenciados para isso”, explicou.