O coordenador da “task-force”, Francisco Ramos, anunciou esta quarta-feira, dia 16 de dezembro, durante a sua intervenção por videoconferência na audição conjunta da Comissão de Saúde e da Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia, que a Pfizer vai falhar em cerca de 20% das entregas contratualizadas até março.
Depois de a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ter anunciado que no próximo dia 21 de dezembro irá dar o seu parecer favorável à vacina da Pfizer e da BioNTech, e da decisão de aprovação pela Comissão Europeia prevista para dois dias depois, Francisco Ramos afirmou que a produção por parte da Pfizer está abaixo do estimado inicialmente, o que vai fazer com que haja uma “redução de 20% na quantidade prevista de entregas no primeiro trimestre”.
Francisco Ramos indicou que a diretora médica da Pfizer em Portugal já anunciou a disponibilidade para fazer a entrega num espaço de três dias, mesmo que haja as festividades natalícias pelo meio, acrescentando que “mesmo que ocorra no dia 24, na noite de Natal, teremos as pessoas indicadas e habilitadas para receber as vacinas”, indica o jornal Público.
Sem adiantar mais detalhes, Francisco Ramo garantiu que o país estará “disponível para começar a vacinar assim que chegarem”, acrescentando que “seria intolerável existirem vacinas em Portugal e não serem utilizadas de imediato”.
Relativamente ao agendamento da toma por parte do grupo prioritário, este só será feito quando houver informação mais concreta, até porque “o pior que podia acontecer era marcar datas fixas para o Sr. António ou para a dona Maria, mas depois [nesse dia] afinal as vacinas ainda não terem chegado”, indica o Jornal de Negócios.
Quanto aos pontos de entrega das vacinas, indicou que haverá um no território continental, um na Madeira e outro nos Açores. E será a Pfizer a entregá-las nesses três pontos, cuja localização exata não será divulgada por motivos de segurança.
Francisco Ramos esclareceu que “o único ponto no continente que tem de garantir os 70 graus negativos [necessários para as vacinas da Pfizer] é aquele onde são recebidas”. “Desde aí não é preciso mais nenhum ponto com essas condições, mas uma cadeia de distribuição ágil para garantir que as vacinas não andam a passear por Portugal, mas seguem para os locais em que são administradas às pessoas”, resumiu.
O coordenador da “task-force” explicou também que esta vacina pode ser guardada durante seis meses nesse ponto central de armazenamento. Depois de sair desse local, pode aguentar durante 30 dias nas caixas térmicas. Após serem abertas, podem ser administradas num espaço de cinco dias, nos centros de saúde, bastando ali as condições de conservação proporcionadas pelos frigoríficos já existentes.
Segundo Francisco Ramos, “a distribuição não será feita em veículos das Forças Armadas”, que vão colaborar apenas na parte do planeamento, mas “através de organizações e por instrumentos certificados e licenciados para a distribuição de medicamentos”.
A confirmar-se a aprovação por parte da EMA das seis vacinas diferentes já negociadas pela Comissão Europeia, o Estado português arrisca a pagar mais de 200 milhões de euros pelas vacinas para a covid-19, ao qual será preciso somar as despesas relativas ao transporte, armazenamento e distribuição da vacina, que será administrada de forma gratuita em 2021.