Em entrevista ao “Jornal de Notícias”, Franklim Marques, presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Farmacêuticos (OF), anuncia que se pretende candidatar a bastonário, nas eleições previstas para março de 2022.
Franklim Marques, é professor da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, e já tem três mandatos à frente da Secção Regional do Norte da OF.
O farmacêutico considera que a sua experiência adquirida pelos cargos onde passou e o “saber ouvir os colegas”, lhe permitiram ter uma visão diferenciada e é uma mais-valia para o cargo.
“Uma das razões para anunciar já a intenção de concorrer, antes de formalizar a candidatura, é precisamente a de ter tempo de ouvir mais os farmacêuticos e consolidar o programa com que se vai apresentar à votação”, indica o “Jornal de Notícias”.
Contudo, Franklim Marques já têm as linhas traçadas para a sua candidatura, com metas como “a valorização do saber dos farmacêuticos e na capacidade destes para atuar de forma multidisciplinar com os restantes profissionais dentro do sistema nacional de saúde, que inclui os setores público e privado. Sempre com o foco no utente”.
Sobre a valorização profissional, o farmacêutico explicou que “o farmacêutico hospitalar tem um papel preponderante e se calhar devia ser mais reconhecido”. Assim como também na área das farmácias comunitárias, pois “muitas vezes, os nossos colegas trabalham imenso e às vezes, em alguns casos, não são nada reconhecidos pelo trabalho que desempenham”.
Quando questionado sobre se os farmacêuticos podiam ter sido chamados para o combate à pandemia, a resposta foi que “estiveram lá”.
“Foram muitos raros os que não estiveram na linha da frente. Quando outros setores diminuíram a atividade, como os Cuidados de Saúde Primários, as farmácias comunitárias estiveram lá, mesmo quando não havia meios de proteção como álcool e máscaras, a apoiar as pessoas mais desfavorecidas. Bem como os farmacêuticos de análises clínicas, muitos antes de terem recebido a vacina”, revelou ao “Jornal de Noticias”.
Outro dos pontos abordados por Franklim Marques teve a ver com a consulta farmacêutica, que já devia estar implementada.
“Desde 2010 que fazemos cursos de cuidados farmacêuticos, de farmácia clínica e de consulta farmacêutica”, defendeu.
“Nós somos muito mais que simples dispensadores de medicamentos”, indicou. “O medicamento é o instrumento de trabalho para o farmacêutico como o bisturi é para o cirurgião”, defendeu, acrescentando que o profissional conhece “o medicamento desde o seu processo de conceção e produção até ao momento ele é utilizado como terapêutica”.
Sobre a vacinação, o farmacêutico reconheceu que as vacinas, numa altura que que havia poucas, deviam ter deviam ter sido dadas em “ambiente controlado. Porém atualmente, não se entende porque é que os farmacêuticos não são chamados como tem acontecido noutros países, como em França e Canadá”.
“A experiência que temos na área da vacinação não é só de agora. Poderíamos ter sido utilizados, quer na farmácia quer individualmente, porque temos competências e habilitações legais. Se for preciso de certeza absoluta que estamos cá para ajudar o país”, concluiu.