Funcionários do SEF e do Aeroporto de Faro recebem formação sobre vírus Ébola
25 de Agosto de 2014
Os funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e do Aeroporto Internacional de Faro participaram na sexta-feira numa ação de esclarecimento que contou com a presença do Diretor-Geral da Saúde sobre os cuidados com o vírus Ébola.
Em primeiro lugar, importa «saber de onde partiu o viajante que iniciou a sua viagem e que chega agora a Portugal em termos deste controlo sanitário de fronteiras», explicou à margem do encontro o diretor-geral da Saúde (DGS), Francisco George.
Aquele responsável vincou que as medidas são essencialmente informativas e, se o doente já apresentar manifestações de doença, é cuidado de «forma a garantir o isolamento, o diagnóstico preciso e o tratamento nas melhores condições».
A preocupação dos funcionários do SEF sobre os cuidados a ter a propósito do vírus Ébola motivaram a direção a solicitar ações de esclarecimento à DGS, que acabaram por ser disponibilizadas aos restantes funcionários do aeroporto, explicou aos jornalistas o diretor nacional do SEF, Luís Gouveia.
A Organização Mundial de Saúde colocou o nível de alerta 3, numa escala de 6 em termos de epidemias, mas Francisco George diz que a nível nacional a situação é de reforço de atuação e de vigilância e de informação dos cidadãos em geral e em particular os viajantes.
Aos profissionais que trabalham nos aeroportos é solicitada atenção ao percurso dos viajantes, verificar se estiveram nos últimos 21 dias na Nigéria, na Serra Leoa, na Libéria ou na Guiné-Conacri e perceber se aparentam estar doentes, aquilo que os profissionais designam por critérios clínico e epidemiológico.
«A forma de transmissão é exatamente devido à proximidade e ao contacto direto ou indireto com líquidos orgânicos infetados como a saliva, os vómitos, a urina e o sangue», explicou aquele responsável.
A Direção Geral de Saúde está a indicar o número 800242424 para aconselhamento dos cidadãos e tem uma linha direta disponível para médicos e funcionários do SEF para agilizar a atuação em caso de suspeita, nomeadamente o transporte adequado para os dois hospitais de referência a nível nacional e condições de isolamento.
Questionado pela “Lusa” a propósito das experiências que laboratórios norte-americanos estão a fazer com um soro para combater o vírus Ébola, Francisco George disse estar atento mas que não acredita que seja disponibilizada uma vacina nos próximos meses.
«Há ainda pouca informação a circular sobre estas investigações mas é importante que estes ensaios sejam feitos e se reconheçam progressos», referiu o diretor-geral da saúde observando que dado que são poucos os casos em estudo não é possível precisar se os resultados seriam os mesmos sem a medicação utilizada.
Espaço de acolhimento para repatriados do Aeroporto de Faro com cuidados de saúde
O espaço equiparado a Centro de Instalação Temporária do Aeroporto de Faro começou na sexta-feira a ter atendimento na área da saúde, protocolado entre o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS).
Estes espaços existentes nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro acolhem temporariamente pessoas que não podem circular livremente no território português por decisão judicial de expulsão, administrativa ou por não reunirem condições para entrar em Portugal, explicou à “Lusa” a diretora regional do Algarve do SEF.
Maria de Fátima Teixeira contou que o protocolo que garante o acesso a cuidados de saúde a estes cidadãos tem vindo a ser preparado há alguns meses e o arranque da cooperação acabou por coincidir com a crescente preocupação com o vírus Ébola.
Os funcionários do SEF que trabalham no Aeroporto de Faro participaram hoje numa ação de esclarecimento sobre os cuidados a ter a propósito do vírus Ébola. Sessão que apresentada pelo diretor-geral da saúde, Francisco George.
«No Espaço Equiparado a Centro de Instalação Temporária deste aeroporto temos por vezes pessoas vindas dos quatro cantos do mundo e foi sentida a necessidade de que essas pessoas pudessem ter acesso rápido à saúde», observou Maria de Fátima Teixeira.
Os cuidados de saúde prestados naquele espaço podem também permitir detetar eventuais problemas virais que as pessoas confinadas àquele espaço possam ter, acrescentou.
O presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve explicou que os cuidados de saúde naquele espaço vão ser prestados por vários profissionais e vincou que aquele serviço não foi criado por causa da questão do vírus Ébola.
«O Ébola é um problema que nos trás agora um pouco mais de cuidado mas há outras infeções virais ou outro tipo de infeções que nos trazem também grandes preocupações e daí fazermos este tipo de controlo de saúde a partir de agora», explicou Moura Reis.
A ARS/Algarve disse à “Lusa” que, em Portugal, é a primeira vez que este tipo de espaços de acolhimento temporário disponibiliza este tipo de serviço de saúde aos seus utilizadores.