Fundação do Pulmão e farmácias combatem «más práticas» nas doenças respiratórias 29 de dezembro de 2016 A Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP) quer envolver as farmácias, em 2017, num projeto para combater utilizações deficientes de fármacos e de aparelhos indicados para patologias respiratórias, adiantou hoje a instituição. Em comunicado, a FPP indica que elegeu 2017 como «o ano da técnica inalatória» e refere que, nesse âmbito, «está já em negociação com as farmácias para que estas sejam um local essencial no ensinamento dos utentes que surgem ao balcão com receita médica», citou a “Lusa”. A colaboração pretendida traduz-se «na instrução dos pacientes, logo desde a primeira receita, de modo a minimizar as utilizações deficientes de fármacos ou aparelhos» e a adotar uma «boa técnica inalatória». São procedimentos «relativamente simples« que, se «observados com rigor pelos doentes», resultam numa «sensível melhoria da ação terapêutica e no recurso a doses menores de medicamentos». A FPP lembra que as «más práticas» levam à procura de «novos diagnósticos ou agudizações da doença e consequentes gastos com antibióticos, corticóides, internamento, perda de dias de trabalho, de idas à escola e em anos de vida por morte prematura evitável». A fundação afirma que em Portugal são gastos pelo Estado cerca de 60 milhões de euros em medicamentos utilizados nesta área da saúde, «com uma eficácia que é calculada entre 40 e 60%». Só na região Norte, em 2014, as patologias respiratórias determinaram 35.496 internamentos, indica o 11.º relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, publicado já em 2016. Nesta região, destaca o documento, a ventilação «tem sido prescrita de forma crescente entre 2005 e 2014, tendo aumentado quatro vezes». A nível nacional, o número total de internamentos por doenças respiratórias no mesmo ano foi de 109.372 e os episódios de doentes submetidos a ventilação mecânica cresceu 257%, segundo o relatório. A FPP, instituída em 15 de junho de 2009, tem por missão, segundo o seu sítio de Internet, «intervir, por todas as formas, na promoção da saúde respiratória dos portugueses, na prevenção as doenças e na defesa dos interesses e direitos dos doentes respiratórios e bem assim pugnar pela universalidade e equidade no acesso aos cuidados de saúde respiratórios». |