Genética, uma variável fundamental a considerar na determinação do tratamento do cancro em mulheres 359

Hoje, 28 de maio, celebra-se o Dia Internacional da Saúde da Mulher, uma data para lembrar os problemas de saúde que as mulheres enfrentam, principalmente os relacionados com oncologia. Nesse sentido, é importante referir os avanços que foram feitos ao longo deste século no campo do cancro, destacando, sem dúvida, a medicina de precisão.

Graças à chamada medicina de precisão, os oncologistas podem tomar decisões personalizadas para que cada doente receba tratamento específico e direcionado. “A medicina de precisão permite-nos saber qual é o genoma e adaptarmo-nos ao tumor, aumentando a eficácia do tratamento e reduzindo a toxicidade para o doente”, realça o codiretor da Unidade de Pesquisa Clínica do Grupo de Oncologia ONCOAVANZE, o Dr. Pedro Valero.

Especializada em medicina de precisão para o tratamento e diagnóstico do cancro, a companhia OncoDNA trabalha há alguns anos a nível internacional com doentes oncológicos. Trabalha em colaboração com centros hospitalares e especialistas em oncologia e patologia, realizando análises genómicas de amostras dos seus doentes, tanto de tecido (biópsia sólida) quanto de sangue (biópsia líquida) para oferecer mais informações ao oncologista sobre um tumor e facilitar a tomada de decisão sobre qual o tratamento mais eficaz para o seu doente, com o objetivo de democratizar a medicina de precisão.

Testemunhos

“No meu caso, o Dr. Pedro Valero recomendou-me esta tecnologia porque viu que eu tinha a possibilidade de entrar num ensaio clínico e que me tratariam de acordo com minhas necessidades”, explica Mª Jesus Cortês, uma das doentes com cancro das vias biliares, cujas amostras foram analisadas pela OncoDNA. Graças ao teste genómico, os procedimentos puderam ser simplificados e Mª Jesus está atualmente a realizar o ensaio a que aspirava em Barcelona.

“Este tipo de soluções, como o teste genómico OncoDEEP, oferece a possibilidade de abordar a doença de uma maneira diferente. Não olhando para o tipo de tumor pelo seu nome genérico, mas estudando as mutações genéticas do doente e tratando-o de forma direcionada, independentemente do tipo de tumor que possui “, assegura.

O codiretor da Unidade de Investigação Clínica do Grupo de Oncologia ONCOAVANZE, Dr. Pedro Valero, afirma que em relação ao caso de Mª Jesus, “o uso do OncoDEEP, análise genómica específica para tumores nos estágios III e IV, como o cancro da mama, pulmão e cólon, abriu uma janela de possibilidades para ensaios clínicos e tratamentos mais específicos para tratar o tumor de Maria Jesus”.

Por outro lado, Mª Jesus partilha a sua gratidão com os especialistas que a acompanham nesse caminho: “Sinto-me muito protegida por todos os oncologistas que me estão a tratar e também pela OncoDNA, cujos profissionais têm estado sempre ao meu lado, atualizando os meus dados e procurando possíveis ensaios clínicos quando necessário. ”

Outra mulher que beneficiou dos testes genómicos da OncoDNA foi Christine. Em 2017, detetaram um cancro uterino raro chamado leiomiossarcoma. “Representa 0,2% de todos os cancros detetados no mundo”, afirma. O tumor foi detetado durante uma histerectomia (cirurgia para remover o útero). “Quando o encontraram, o tumor tinha mais de 10 centímetros e logo depois foi observado que havia metástase noutros órgãos: pulmões, ovários e nos dois seios”, lembra.

Christine passou por dois tratamentos diferentes de quimioterapia que causaram efeitos secundários significativos. “Foi então que tomei a decisão de realizar um dos testes da OncoDNA. Dessa maneira, o meu oncologista pôde ver que estava a reagir positivamente a um dos tratamentos que estava a receber, mas não a outro, e que estava a acumular muita toxicidade desnecessária”, explica. Como resultado, a sua qualidade de vida melhorou à medida que os efeitos secundários foram reduzindo, enquanto o tratamento permaneceu eficaz.

“São apenas dois dos muitos casos positivos que estamos a ter graças à medicina personalizada e ao estudo genómico de tumores. Queremos continuar a ajudar milhões de mulheres com cancro em todo o mundo, não apenas por convicção, mas também por comprometimento, porque a OncoDNA tem no seu ADN o objetivo de superar esta doença do século XXI com a ajuda da genómica”, afirma Adriana Terrádez, diretora da OncoDNA para Espanha, Portugal e América Latina.