Gilead Sciences estabelece acordo com farmacêuticas indianas para produzir genérico do Sovaldi 818

Gilead Sciences estabelece acordo com farmacêuticas indianas para produzir genérico do Sovaldi

17 de setembro de 2014

A Gilead Sciences anunciou a criação de acordos de licenciamento não exclusivo, que autorizam sete farmacêuticas indianas, incluindo a Cipla, a Mylan e a Ranbaxy, a produzir o Sovaldi (sofosbuvir), um medicamento contra a hepatite C, para distribuição em 91 países em desenvolvimento.

Gregg H. Alton, vice-presidente executivo dos assuntos corporativos e médicos da Gilead, referiu que a empresa «está a trabalhar para tornar os seus medicamentos para a hepatite C crónica acessíveis ao maior número de pacientes, em inúmeros lugares, o mais rapidamente possível».

Segundo o “FirsWord”, os acordos, que também foram assinados com a Cadila Healthcare, a Hetero Labs, a Sequent Scientific e a Strides Arcolab, também autorizam as farmacêuticas a produzir um comprimido experimental de toma única, que combina o Sovaldi com o ledipasvir. A Gilead revelou que no âmbito dos acordos, as farmacêuticas indianas vão receber toda a tecnologia associada ao processo de fabrico, para que possam intensificar a produção do medicamento o mais rapidamente possível. A Gilead declarou que os licenciados estão autorizados a definir os preços dos genéricos e a pagar royalties sobre as vendas.

De acordo com a Gilead, os países que vão beneficiar dos acordos contam com mais de 100 milhões de pessoas portadoras de hepatite C, um número que representa 54% da população total infetada com o vírus. «Nos países em desenvolvimento, a produção e distribuição em larga escala de genéricos é considerada uma componente-chave na expansão do acesso aos medicamentos», observou Alton. A empresa acrescentou que os acordos autorizam as farmacêuticas indianas a produzir o Sovaldi ou o ledipasvir, combinados com outros medicamentos para a hepatite C crónica.

Na sequência dos acordos, Rohit Malpani, dos Médicos sem Fronteiras, disse que «os termos das licenças atribuídas pela Gilead estão longe de assegurar o acesso generalizado a esses novos medicamentos em países de rendimento médio, onde vivem atualmente mais de 70% das pessoas com hepatite C». Em resposta, Alton comentou que «existem muitas pessoas que gostariam de ver mais países abrangidos, mas foi essa a lista de países definida para usufruírem dessas licenças».

O Sovaldi foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), em dezembro de 2013 e obteve autorização da Comissão Europeia, em janeiro deste ano. Em ambos os mercados, os pedidos regulamentares para o comprimido de toma única de Sovaldi e ledipasvir estão a ser avaliados. Nos EUA, o Sovaldi custa 1.000 dólares o comprimido, sendo que uma semana de tratamento custa 84 mil dólares. Na Índia, onde as pessoas estão geralmente infetadas com uma estirpe diferente do vírus, pelo que o tratamento pode durar o dobro do tempo, prevê-se que o medicamento seja vendido por menos de 1.800 dólares, para uma terapia de 24 semanas.
 
Alton declarou que a Gilead vai introduzir o Sovaldi na Índia por cerca de 10 dólares o comprimido e que «o preço para a Tailândia, o México e o Brasil será muito diferente do preço praticado nos Estados Unidos». Bhavesh B. Shah, diretor de marketing internacional da Hetero, realçou que os preços definidos pela Gilead vão obrigar as farmacêuticas indianas a estabelecer preços mais baixos das suas versões genéricas. Shah indicou que os fármacos genéricos estarão disponíveis na Índia durante o segundo ou o terceiro trimestre de 2015.