GlaxoSmithKline condenada a pagar 487 milhões de dólares por corrupção na China 820

GlaxoSmithKline condenada a pagar 487 milhões de dólares por corrupção na China

22 de setembro de 2014

A GlaxoSmithKline anunciou que foi condenada ao pagamento de 487 milhões de dólares, por um tribunal chinês, por subornar funcionários não-governamentais.

O Tribunal Popular Intermédio de Changsha, na província de Hunan, concluiu que a filial da farmacêutica na China «ofereceu dinheiro ou bens a funcionários não-governamentais para obter ganhos comerciais indevidos»

A GlaxoSmithKline disse que «as atividades ilegais… são uma clara violação» dos procedimentos de administração e de conformidade da empresa, citou o “FirstWord”. O CEO Andrew Witty declarou que «é importante chegar a conclusões na investigação à nossa empresa na China, mas este tem sido um assunto bastante dececionante», acrescentado que «nós temos e vamos continuar a aprender com isto». A sentença foi proferida após investigações iniciadas pelo Ministério de Segurança Pública chinês, no ano passado.

Num comentário sobre o veredicto, Nick Turner, analista do Mirabaud, notou que a pena imposta pela justiça chinesa «não foi pesada». Turner acrescentou que «o mercado vai ficar aliviado com o facto de a multa não ser tão avultada como se previa». Mick Cooper, analista da Edison, frisou que «a GlaxoSmithKline espera que a sentença ponha um ponto final no assunto, mas vai demorar algum tempo até que as operações comerciais na China recuperem».

De acordo com a agência noticiosa “Xinhua”, Mark Reilly, antigo diretor-geral da GlaxoSmithKline na China, é um dos cinco dirigentes que foram condenados a pena de prisão. A agência “Xinhua” avançou que Reilly foi condenado a três anos e será deportado do país.

No início deste ano, as autoridades chinesas acusaram Reilly de ter ordenado a sua equipa de vendas e outros funcionários a subornar médicos, empresas do setor farmacêutico e outras entidades, em larga escala, para estimular a venda dos medicamentos. Na altura, Gao Feng, representante do Ministério, disse que a receita proveniente do alegado suborno ascendia a vários milhares de milhões de yuans, desde que Reilly integrou a GlaxoSmithKline na China, em 2009.

No ano passado, a GlaxoSmithKline avançou a possibilidade de alguns dos seus quadros superiores terem violado a lei chinesa, depois de a empresa ter sido acusada de desviar 448 milhões de dólares para agências de viagem, com o intuito de subornar médicos e funcionários. A agência “Xinhua” noticiou que outros dirigentes também foram condenados a pena de prisão, inclusivamente o antigo diretor dos recursos humanos, Zhang Guowei, o antigo vice-presidente e gerente de operações, Liang Hong, e o antigo diretor dos assuntos jurídicos, Zhao Honyan. Estes foram condenados a penas de prisão entre dois e três anos.

A GlaxoSmithKline também é objeto de investigação noutros países. A agência britânica Serious Fraud Office iniciou, em maio, uma investigação criminal formal às atividades da empresa no exterior. Entretanto, o Departamento de Justiça dos EUA está a investigar a farmacêutica por possíveis violações da Lei sobre práticas de corrupção no exterior. Além disso, a GlaxoSmithKline foi acusada de práticas corruptas na Polónia, na Síria, no Iraque, na Jordânia e no Líbano.