20 de Abril de 2016 O secretário regional da Saúde da Madeira, João Faria Nunes, admitiu ontem, no Funchal, haver «falhas» e «roturas» pontuais no stock de medicamentos, nomeadamente antirretrovirais, mas garantiu que a vida dos doentes «nunca esteve em risco». O governante falava aos deputados da 5.ª Comissão Especializada de Saúde e Assuntos Sociais, na Assembleia Legislativa da Madeira, onde foi ouvido na sequência de três pedidos de audição, apresentados pelo Bloco de Esquerda e pelo CDS-PP, sobre a situação atual do Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma (Sesaram). João Faria Nunes sublinhou que sempre fez «da alma coração» para ter os medicamentos na Madeira, mas admitiu falhas e roturas, realçando, no entanto, que estas se enquadram nos padrões previstos para os hospitais públicos da União Europeia. O esclarecimento sobre a falta de medicamentos antirretrovirais foi solicitado pelo Bloco de Esquerda, na sequência de uma denúncia feita pelo Centro Anti-Discriminação VIH – Sida, uma instituição nacional que presta apoio a doentes com esta infeção. O secretário regional classificou a denúncia como «demagógica», vincando que «a vida dos doentes nunca esteve em risco» e tão pouco o seu estado se agravou. Na audião com os deputados da 5.ª Comissão, João Faria Nunes fez-se acompanhar pelo diretor clínico do Sesaram, Eugénio Mendonça, e pela presidente do Conselho de Administração deste serviço, Lígia Correia. Da parte do CDS-PP, foram pedidas explicações sobre as «más condições de trabalho, as avarias e a falta de equipamentos» no Hospital do Funchal, bem como sobre as obras de ampliação do Bloco Operatório, das urgências e serviços de apoio, inicialmente orçadas em 21 milhões de euros. O secretário regional garantiu que não serão feitas obras de ampliação, mas apenas de requalificação, ao passo que o diretor clínico do Sesaram, evocando as restrições e os constrangimentos orçamentais, reconheceu os erros e pediu a ajuda de todos os partidos para os tentar resolver. O responsável afirmou que «o setor da saúde é da responsabilidade de todos e não apenas do governo». |