Governo dos Açores admite posse administrativa da única farmácia da ilha Graciosa 632

Governo dos Açores admite posse administrativa da única farmácia da ilha Graciosa

13-Jan-2014

O secretário regional da Saúde dos Açores, Luís Cabral, admitiu, na sexta-feira, a tomada de posse administrativa da única farmácia existente na ilha Graciosa, devido a falhas sucessivas de medicamentos, mas apenas em último recurso.

«Uma das formas que poderemos utilizar para salvaguardar a situação tem a ver com a posse administrativa. Não é essa a nossa vontade, mas se houver indícios graves de que a dispensa de medicação aos utentes da Graciosa está a ser posta em causa é uma das opções que iremos utilizar», frisou, em declarações aos jornalistas, à margem da primeira reunião da Comissão Regional de Farmácia e Terapêutica, em Angra do Heroísmo.

Pelo menos desde março de 2013 que os utentes Graciosa se queixam de falta de medicamentos na única farmácia da ilha. Segundo Luís Cabral, a farmácia já foi alvo de quatro inspeções e, apesar de algumas melhorias, continua a apresentar falta de medicamentos, o que levou já à aplicação de multas. «Nesta última inspeção, apesar de se verificar uma melhoria naquilo que era a capacidade de dispensa da própria farmácia, foram identificadas novamente situações que identificaram que havia uma falha por parte da farmácia», frisou.

A tutela aguarda agora pelos prazos legais de aplicação da última multa, mas «havendo indícios de que há medicamentos essenciais em falta», Luís Cabral garantiu que a Inspeção Regional da Saúde vai voltar a intervir. «Iremos continuar com um grau de rigor e exigência a fiscalizar a atividade da farmácia de Graciosa para garantir que a situação ou fica resolvida ou iremos encontrar outros mecanismos legais», salientou, citado pela “Lusa”.

O secretário regional da Saúde realçou que a falta de medicamentos não é uma situação exclusiva da farmácia da Graciosa, alegando que se tem verificado em todo o país, devido a uma «alteração dos próprios armazenistas que têm encontrado maior rendimento na exportação dos medicamentos», mas admitiu que na farmácia da Graciosa, «além desta dificuldade, têm-se verificado outras condicionantes».