O governo dos Estados Unidos descartou esta segunda-feira (10) classificar o fentanil como arma de destruição em massa, posição que alguns republicanos defendem, garantindo que tem “as ferramentas necessárias” para combater este opioide sintético.
“Neste momento, não vemos a listagem do fentanil como uma arma de destruição em massa a dar-nos qualquer ferramenta que não temos”, sublinhou Todd Robinson, chefe do gabinete antidrogas do Departamento de Estado, numa entrevista telefónica com jornalistas, citado pela Lusa.
Robinson referiu que os departamentos de Estado e de Justiça, bem como a Agência Antidroga dos Estados Unidos (DEA), já possuem “as ferramentas necessárias para perseguir as redes que traficam essa droga”, noticiou a agência Efe.
Alguns procuradores em estados controlados pelos republicanos, como a Florida, pediram ao Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que listasse o fentanil como uma arma de destruição em massa, de forma a alocar mais recursos e permitir uma maior coordenação para combatê-lo.
O fentanil é um poderoso opioide sintético fabricado por cartéis mexicanos a partir de precursores químicos da China e traficado para os Estados Unidos, onde no ano passado mais de 70 mil pessoas morreram por overdose dessa substância.
Os Estados Unidos lançaram uma coligação global contra o tráfico de fentanil e outras drogas sintéticas na sexta-feira, juntamente com mais de 80 países, incluindo o México.
Robinson elogiou esta segunda-feira a cooperação com o governo mexicano nesta matéria, apesar de o Presidente daquele país, Andrés Manuel López Obrador, ter questionado a acusação de que o fentanil é fabricado no México.
O governante assegurou que os dois países têm uma “excelente relação” e que estão a trabalhar para aumentar a cooperação de ambos os lados da fronteira.
“Estou muito orgulhoso dos nossos parceiros do México”, sublinhou Robinson, que também destacou que o país latino-americano reconheceu que também sofre com a disseminação do fentanil.
Por outro lado, Todd Robinson referiu que a China, que não se juntou à coligação, “pode fazer muito mais” na monitorização e partilha de informações sobre precursores.
“Todos nós sabemos que existem empresas na China que desempenham um papel muito importante na distribuição dos produtos químicos utilizados para fabricar estas drogas”, salientou.