Governo: Greves dos enfermeiros são anormais e correm o risco de banalização 08 de setembro de 2014 O ministro da Saúde, Paulo Macedo, reconheceu na sexta-feira a existência de «insatisfação» entre os profissionais do setor, mas considerou «anormais» e em «risco de banalização» as greves que afetam apenas o Serviço Nacional de Saúde (SNS). «Que haja alguma insatisfação, percebemos perfeitamente. Os profissionais têm um trabalho exigente e têm as suas remunerações reduzidas. A questão é se a resposta é fazer greve no SNS, uma área em que as pessoas são mais carenciadas», disse aos jornalistas Paulo Macedo, à margem da visita que efetuou ao hospital de Portimão. O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) anunciou uma greve nacional para os dias 24 e 25 de setembro, contra o que diz ser a exaustão dos profissionais e pela contratação de mais enfermeiros. Na opinião de Paulo Macedo, «não há greves» de enfermeiros nem de médicos, mas sim «greves no setor público, o que é muito diferente». O ministro considerou que a greve deve ser utilizada como um exercício normal em democracia, que não deve ser banalizada, frisando que «qualquer dia há greves todos os dias e ninguém sabe muito bem porquê». «O que é anormal é a banalização da greve, e ser sempre feita no Serviço Nacional de Saúde, nas pessoas mais vulneráveis. No privado e no social nunca há greve. Portanto, quando se quer defender o SNS faz-se greve que só tem efeitos no SNS, há aqui uma contradição enorme», sublinhou Paulo Macedo. De acordo com a “Lusa”, o governante acrescentou que o Ministério da Saúde tem mantido o diálogo e está «disponível» para negociar e recordou que decorrem nesta altura negociações com os sindicatos. «Não se tem esgotado de maneira nenhuma o diálogo. Há coisas que podemos evoluir e chegar a acordo, há outras que não têm a ver com o Ministério da Saúde», disse Paulo Macedo, exemplificando com «a questão das horas extraordinárias cuja remuneração é totalmente transversal à administração pública». Questionado sobre o decréscimo das reservas de sangue durante o verão, Paulo Macedo disse que a situação está normalizada, «face à generosidade das pessoas». «Estamos com um bom nível de stock’s de sangue apesar do verão ser sempre uma época difícil», sublinhou. O Instituto Português do Sangue revelou na sexta-feira que tem atualmente 12 mil unidades para eventuais transfusões, um valor considerado «confortável», sobretudo tendo em conta o período do verão, onde é habitual as dádivas caírem. A revelação foi feita durante uma ação de promoção da dádiva de sangue no âmbito das comemorações dos 35 anos do Serviço Nacional de Saúde, onde participaram vários atletas e desportistas portugueses com o objetivodechamar os mais jovens à causa. |