Governo nega estado de «emergência ou caos generalizado» devido a gripe 21 de Janeiro de 2015 O secretário de Estado da Saúde negou ontem que o país viva um «período de emergência ou caos generalizado» devido à gripe e pediu para que não se associe mortalidade com crise ou cortes na saúde. Leal da Costa, que falava numa conferência de imprensa sobre o surto de gripe deste ano, disse que este «nem era o maior» de que há registo, lembrando que um dos maiores ocorreu em 1999 e que nem por isso se pode atribuir responsabilidade a António Guterres, primeiro-ministro na altura. O secretário de Estado disse estar farto «de inverdades sistemáticas de que há menores probabilidades de se sobreviver ao inverno por causa dos cortes no Serviço Nacional de Saúde», citou a “Lusa”. «Como também não é verdade que as mortes nas urgências estejam relacionadas com atrasos nos atendimentos», acrescentando que todos os anos morrem nos serviços de urgência hospitalares 10 mil portugueses, dos 50 a 60 mil que morrem nos hospitais. Por isso Leal da Costa condenou «os alarmismos» e disse que o Serviço Nacional de Saúde atende cinco milhões de pessoas em serviços de urgência pelo que uma mortalidade de 10 mil é «relativamente baixa» e na maior parte dos casos relaciona-se com pessoas idosas. O secretário de Estado falava numa conferência de imprensa conjunta com o diretor-geral de Saúde, Francisco George, e o presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Fernando Almeida. Ao longo de duas horas os responsáveis salientaram que o início da gripe, a estirpe predominante ou o pico da epidemia não se pode antecipar mas que se sabe já que este ano predomina a estirpe B. Como também não se podem prever as condições climatéricas, sendo este ano excecionalmente frio, disseram. Estatisticamente, disse o diretor-geral da Saúde, Francisco George, morrem por ano 105 mil portugueses, e se é certo que houve até agora um excesso de mortalidade devido à gripe (1.903 casos, segundo os números oficiais) não é possível saber para já quantas pessoas morreram, no total, devido ao surto de gripe, que completou até agora três semanas. O secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde garantiu que para fazer face à gripe «houve mais planeamento» do que em anos anteriores, aproveitando para dizer que o Ministério abriu mais 1.500 camas de cuidados continuados e que reabriu até hoje 569 camas de agudos, preparando-se para abrir mais 471 camas. E acrescentou: «a ideia de que o Serviço Nacional de Saúde estaria nos limites cai pela base». O responsável disse ainda que também aumentou o número de médicos e de camas (dando alguns exemplos) e que o Ministério fez investimentos em vários hospitais e que há uma boa resposta apesar de «alguns constrangimentos». Ao lado de Francisco George e Fernando Almeida disse também que como acontece na região de Lisboa a região norte tem também 44 centros de saúde com horário alargado e que até agora tem sido as regiões autónomas e o algarve as mais poupadas em relação à gripe. E a propósito disse que a linha de Saúde 24 iria abrir um terceiro centro em Coimbra e que a médio prazo o sistema de triagem nos hospitais iria ser melhorado. |