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Greve de técnicos de diagnóstico na sexta-feira pode dificultar exames e análises

30 de outubro de 2014

Os técnicos de diagnóstico e terapêutica cumprem na sexta-feira o primeiro de dois dias de greve nacional, uma paralisação que deverá afetar exames médicos, análises e até cirurgias programadas, segundo o sindicato do setor.

O Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde exige a revisão da carreira, contesta a interrupção de negociações por parte do Ministério da Saúde e reclama da sobrecarga de trabalho devido à falta de substituição de funcionários que se foram aposentando.

O presidente do Sindicato, Almerindo Rego, disse à agência “Lusa” que o pré-aviso da greve marcada para sexta-feira e para segunda-feira, dia 3 de novembro, abrange cerca de 10 mil profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), do ensino superior e especial do Ministério da Educação, serviços de saúde do Ministério da Defesa e serviços forenses e de investigação do Ministério da Justiça.

Almerindo Rego reconhece que é no SNS que o impacto da greve será maior, afetando serviços como radiografias, análises e outros exames de diagnóstico, podendo levar até ao cancelamento de cirurgias programadas.

Contudo, o sindicalista salienta que «nunca será posta em causa a vida dos doentes», aludindo ao cumprimento de serviços mínimos.

Sobre os motivos da greve, o Sindicato frisa que a necessidade de revisão das carreiras dos profissionais de diagnóstico e terapêutica tem sido reconhecida pelos governos nos últimos 14 anos sem que ainda se concretizasse a alteração pretendida.

Relativamente ao diálogo com o atual Ministério da Saúde, Almerindo Rego disse que as negociações «foram bloqueadas» em junho, porque o Governo só pretenderia resolver a questão se isso não implicasse gastar mais dinheiro.

«Somos os únicos licenciados na área da saúde que não recebemos como tal», lamentou o presidente do Sindicato, vincando ainda a «sobrecarga de trabalho» a que estão sujeitos os atuais profissionais.

«Lamentamos ter de recorrer à greve, mas face à violência institucional que se abateu sobre os profissionais que representamos só temos que atribuir as responsabilidades das consequências desta luta a um Governo que não nos respeita», refere o Sindicato.