Greve dos enfermeiros na região Centro com 70% de adesão 19 de Agosto de 2015 O presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), José Carlos Martins, afirmou hoje em Coimbra que a adesão à greve dos enfermeiros na região Centro é de 70,1% no turno da manhã.
A adesão durante o turno da noite foi de 72,8% e de 70,1% no turno da manhã, informou José Carlos Martins, numa conferência de imprensa à frente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), considerando que os níveis de adesão mostram o descontentamento dos enfermeiros.
Segundo o dirigente sindical, a adesão durante o turno da noite não terá tido impacto nos serviços.
Já durante a manhã, adiantou, há impacto «nos serviços em que os enfermeiros não têm dever legal de comparecer», sendo expectável que «não haja consultas de enfermagem nos centros de saúde, nas consultas externas dos hospitais e também que não haja cirurgias programadas, como não está a haver na generalidade dos blocos da Região Centro».
O sindicato exige «as 35 horas semanais», uma revisão da grelha salarial, o reposicionamento dos «cerca de dez mil colegas que estão em contrato individual de trabalho» e um suplemento remuneratório para enfermeiros especialistas.
José Carlos Martins defendeu também a contratação de «mais enfermeiros», porque os atuais «estão cansados e exaustos, para além de ganharem mal», recordando que entre 2014 e junho de 2015 «2.495 enfermeiros abandonaram as instituições» onde trabalhavam.
O presidente do SEP afirmou também esperar que «haja contrapropostas», após as greves, que começaram em Lisboa, Alentejo e Algarve, de 11 a 13 de agosto, e que agora se estendem às regiões do Centro e Norte.
«Após as greves, têm de se concretizar reuniões em setembro, que levem a uma aproximação das posições», disse, referindo que o ministério, até ao momento, só apresentou uma contraproposta relativa à harmonização salarial dos profissionais em contrato individual de trabalho.
Em nota de imprensa enviada à agência “Lusa”, o Ministério da Saúde frisa que a proposta apresentada pelo Governo às estruturas sindicais «visa proceder à harmonização do regime remuneratório através da celebração de um acordo coletivo de trabalho», que permitirá «o reposicionamento remuneratório dos trabalhadores enfermeiros contratados que aufiram remuneração inferior à primeira posição remuneratória» da tabela aplicável aos enfermeiros com contrato de trabalho em funções públicas.
O ministério sublinhou também a abertura demonstrada «para negociar a passagem para a categoria de enfermeiro especialista» e que é «clara a vontade do Governo em assegurar a harmonização de regimes de trabalho, incluindo o remuneratório, de todos os enfermeiros que exercem funções no Serviço Nacional de Saúde».
O Governo recorda ainda que foram agendadas duas novas reuniões, a 25 de agosto e a 8 de setembro, esta última pedida para ser reagendada pelas estruturas sindicais para 15 de setembro, para que seja concluído o processo negocial.
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