O Ministério da Saúde contabilizou, ontem, em 34,8% a adesão média à greve dos médicos e em 41,5% a adesão média dos enfermeiros nos últimos dois dias nas 39 unidades locais de saúde (ULS) e três IPO.
Os dados avançados pelo Governo são ainda dados provisórios, adiantou o Ministério da Saúde em informação dada à Lusa.
Segundo números do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), a greve dos enfermeiros, que terminou ontem, registou uma adesão de 60% a 70% e reuniu cerca de 500 profissionais numa concentração em Lisboa para exigir melhores condições de trabalho e salariais.
A concentração de ontem, em Lisboa, reuniu cerca de 100 profissionais, frente ao Ministério da Saúde, segundo uma estimativa da Lusa no local.
“Apesar da indigna manobra de diversão do Ministério da Saúde em torno de um referido acordo, para confundir e desmobilizar”, a expressiva adesão dos enfermeiros a esta greve traduz o seu descontentamento, amplamente generalizado, face aos problemas não resolvidos”, afirmou o SEP, num comunicado, também citado pela Lusa.
Os enfermeiros pretendem que o ministério reagende uma reunião negocial, que chegou a estar marcada para 12 de setembro.
Do lado dos médicos, cuja greve terminou, igualmente, ontem, cerca de uma centena e meia, segundo números da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), concentraram-se na terça-feira na Avenida João Crisóstomo, frente ao Ministério da Saúde, onde sobressaíram balões dourados que assinalavam os 45 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e vários cartazes empunhados pelo clínicos com mensagens como “Os médicos exigem ser tratados com respeito”, “É greve porque é grave. Todos pelo SNS”.
A presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá, admitiu, ontem, no Porto, uma paralisação conjunta dos profissionais de saúde, caso “nada seja feito” para resolver os problemas do setor.
“Se nada for feito, nós eventualmente até teremos que paralisar conjuntamente”, afirmou em declarações à Lusa, em frente ao Hospital de São João, no Porto, onde fez um ponto de situação deste protesto.