O Sindicado Nacional dos Farmacêuticos (SNF) acusou esta quinta-feira o Ministério da Saúde de silêncio total há já duas semanas, depois de ter cancelado a última ronda negocial no início do mês.
Em declarações ao Netfarma, no primeiro de três dias de greve dos farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o presidente do SNF, Henrique Reguengo, revelou que após a participação do Sindicato na Comissão Parlamentar da Saúde, a 31 de maio, o Ministério da Saúde cancelou a reunião agendada para 2 de junho.
“Nessa Comissão, tivemos um deputado do Partido Socialista (PS) que nos pedia que não abandonássemos as negociações. No dia seguinte, recebemos uma chamada a desmarcar a reunião que tínhamos com o Secretário de Estado e até agora nunca mais foi remarcada”, acusa Henrique Reguengo.
Apesar de uma vontade contínua em negociar, explica, “nestas últimas duas semanas não tivemos qualquer feedback por parte do Ministério da Saúde que permitisse fazer marcha atrás neste processo”, continua, para deixar em aberto uma desconvocação da luta sindical em caso de negociações eficazes.
Adesão próxima dos 90%
Por voltas das 15h, a adesão dos farmacêuticos do SNS à greve rondava os 87%, “genericamente em todo o país”, com os serviços mínimos a serem “assegurados em todas as instituições”.
“Todo o processo [negocial] ao longo destes meses foi infrutífero”, garante o presidente do SNF, para explicar que o impasse se deve ao facto de o Ministério da Saúde “não chamar” à mesa os ministérios das Finanças e da Administração Pública. A resolução dos problemas de “quadros insuficientes”, de “uma tabela remuneratória de 1999” e do facto de “80% [dos profissionais] estarem na base da tabela” depende destes ministérios, diz.