Gripe: Pico já terá sido atingido, mas ainda há pressão nos serviços de saúde
19 de janeiro de 2018 O pico da epidemia de gripe já terá sido atingido e a atividade gripal tenderá a decrescer nas próximas semanas, disse hoje a diretora-geral de Saúde, que admitiu, no entanto, que existe «pressão» na procura de cuidados de saúde. «Teremos na maior parte das regiões e na maior parte do país atingido já o pico e estaremos na situação de decrescer a atividade gripal e essa é apesar de tudo uma boa notícia», disse a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, em conferência de imprensa para fazer um balanço da atividade gripal no país, que ainda se encontra em fase epidémica, ainda que a tendência seja decrescente. A diretora-geral de Saúde disse que «continua a haver pressão» nos internamentos, na procura de cuidados de saúde, quer urgências, quer cuidados de saúde primários, quer ainda a Linha de Saúde 24, mas que também nestes indicadores a tendência é decrescente e que «tudo está a tender para uma situação mais normal», destacando ainda a «boa capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde». Graça Freitas disse que este ano a atividade gripal «ficou aquém do que se verificou no ano passado, o que não é de estranhar dado as características do vírus predominante em circulação», do tipo B, menos agressivo do que o de tipo A e que geralmente tem associada uma atividade gripal menos intensa. Nas primeiras três semanas morreram mil pessoas, «o que é normal para a atividade gripal» registada, e um número mais baixo do que os cinco mil registados no ano passado. «Também em impacto na mortalidade esta época não foi uma época de grande gravidade», considerou Graça Freitas. De acordo com os dados do último boletim de vigilância epidemiológica da gripe, na semana entre 8 e 14 de janeiro houve 10 casos de internamento em cuidados intensivos reportados pelas unidades hospitalares, maioritariamente devido a vírus da gripe de tipo A, mas a diretora-geral de Saúde diz que «há que desmistificar a gravidade da gripe A», que agora é «uma gripe absolutamente normal». «Foi grave em 2009 quando apareceu, agora é um vírus igual aos outros residentes que circulam na natureza», disse Graça Freitas, explicando que quando surgem em circulação os vírus têm capacidade de gerar uma situação pandémica como a que se viveu em 2009, mas que rapidamente o corpo humano cria defesas e imunidade. Graça Freitas referiu também que há vários outros vírus em circulação, que provocam «as habituais constipações» e doenças infecciosas respiratórias, os quais também têm levado muitas pessoas a procurar cuidados de saúde. «Parece que a pior fase do inverno já terá passado. Vamos esperar, de qualquer maneira, pelas próximas semanas. O vírus da gripe é traiçoeiro, pode ainda sofrer alguma alteração, as temperaturas podem ainda descer e pode haver algum fenómeno estranho. Se não houver fenómenos estranhos tenderemos para a normalidade», concluiu a diretora-geral de Saúde. |