Os dados do relatório final do Vacinómetro 2020/2021 revelam que Portugal atingiu a meta de 75% de taxa de vacinação proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo o Vacinómetro, iniciativa promovida pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), com o apoio da Sanofi Pasteur, foi registada a vacinação de cerca de 74,6% (margem de erro de 71,2% a 78,0% para um IC de 95%) das pessoas com 65 ou mais anos de idade, em linha com a época gripal anterior.
Os dados, agora divulgados, revelam, ainda, um aumento na cobertura vacinal dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes (62,9%) e, também, nas pessoas portadoras de doenças crónicas (74,4%).
No que respeita às mulheres grávidas, verifica-se mais do dobro de grávidas vacinadas em comparação com a época passada (53,6% vs 23,5%, respetivamente), precisamente na época em que a gratuitidade da vacina para este grupo foi implementada pela primeira vez.
“Os dados finais da época gripal 2020/2021 deixam-nos satisfeitos por termos, pelo segundo ano consecutivo, cumprido a meta da OMS para a cobertura vacinal das pessoas a partir dos 65 anos de idade. Registou-se um aumento da vacinação nas pessoas com doença crónica, que são um grupo de risco para infeções virais como a gripe, bem como no grupo dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes, algo muito importante desde sempre, mas ainda mais durante a pandemia de Covid-19 que vivemos, de modo a garantir que os nosso profissionais de saúde poderiam manter-se na linha da frente e sem gripe ou sintomas que se pudessem confundir com a Covid-19”, destaca Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF).
Filipe Froes, coordenador da Comissão de Trabalho de Infeciologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), ressalva que: “Estes números positivos revelam que compensou o esforço extra da Direção-Geral da Saúde e do Ministério da Saúde para alargar a cobertura vacinal. Considero ainda que é possível retirar aprendizagens muito importantes para a próxima época gripal que vai exigir, com certeza, uma ainda melhor cobertura vacinal contra a gripe, uma vez que na época de 2020/2021 o registo de casos de gripe foi residual devido ao confinamento e às medidas de higiene e distanciamento implementadas para fazer face à pandemia da Covid-19, o que permite antever uma previsível maior atividade na época 2021/2022”.
Do total de portugueses inquiridos que foram vacinados, excluindo profissionais de saúde em contacto direto com doentes (em que 100% adquirem a vacina gratuitamente no local de trabalho), 86,1% das pessoas com mais de 65 anos e 47,3% das pessoas entre os 60 e os 64 anos, receberam a vacina gratuitamente no Centro de Saúde. Cerca de 34% das pessoas entre os 60 e os 64 anos adquiriram a vacina na farmácia e 10% das pessoas a partir dos 65 anos receberam a vacina gratuitamente neste mesmo local, exatamente a percentagem de vacinas do contingente público que foi reservada para as farmácias.