A GS1 Portugal promoveu a 6ª edição do Seminário de Saúde, sob o mote “Ecossistemas de Saúde: Lições & Desafios”, onde se discutiu a importância da comunicação em saúde, a qualidade dos dados e o combate à falsificação em tempos de pandemia.
O evento que decorreu em formato online, contou com a moderação da jornalista Fernanda Freitas.
A primeira intervenção ficou a cargo de Ulrike Kreysa, Senior Vice President da GS1 Healthcare, que destacou a importância da digitalização na cadeia de abastecimento para uma maior eficiência na prestação de cuidados de saúde.
No primeiro painel da sessão estiveram presentes Fátima Ventura (Avaliadora de Qualidade do Infarmed); Carlos Dias (Coordenador do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge); Joaquim Cunha (Executive Director da Health Cluster Portugal) e Pedro Simas (Group Leader do Instituto de Medicina Molecular).
Fernanda Freitas começou por questionar os intervenientes sobre os maiores desafios pós covid-19. Carlos Dias, do INSA, explicou que a “primeira lição a retirar é que os sistemas de saúde têm um subsistema, uma componente que é concretizada através de serviço e profissionais, que muitas vezes passam despercebidos. E esta pandemia deu a oportunidade para que as pessoas compreendessem e passassem a valorizar os serviços de saúde pública do país.
Fátima Ventura, do Infarmed, indicou que “precisamos, com urgência, de medicamentos e vacinas para a doença, mas, acima de tudo, precisamos da partilha de informação sobre a importância destas soluções”.
Já Joaquim Cunha, da Health Cluster Portugal, salientou que com a pandemia, passámos a compreender o conceito da centralidade da saúde “em termos nacionais e europeus, apercebemo-nos do papel que a saúde tem na nossa sociedade. Quando falamos em saúde é importante vê-la de forma integrada”.
Pedro Simas, do Instituto de Medicina Molecular, falou sobre a dificuldade da eficácia da comunicação “perante as fake news, as TEDtalks, entre outros canais, existe a preocupação que a população não consiga distinguir o que é verdadeiro e falso”.
Na segunda parte da sessão, Fernanda Freitas esteve à conversa com João Marques Gomes (Chair da NOVAhealth); Nuno Loureiro (Diretor de Supply Chain do Centro Hospitalar Lisboa Norte) e Pedro Lima (Supply Chain & Operations Director do Grupo Luz Saúde), que teve como objetivo debater a cadeia de abastecimento dos hospitais, a importância da digitalização no processo logístico e o motor de aceleração dos desafios.
Nuno Loureiro partilhou a sua experiência num dos centros hospitalares que está na linha da frente no combate à covid-19: “monitorizámos a informação que vinha dos outros países e antecipámos, o melhor possível, os cenários, de forma a conseguirmos reagir rápida e eficazmente”. Acrescentou ainda que “é indispensável que os serviços e os profissionais adotem uma postura de melhoria contínua, que percebam que aquilo que fazem no seu serviço, departamento, hospital é bom e diferenciador, tendo um destaque eventualmente nacional e até internacional. Mas não podem ficar à sombra desse ganho. É necessário incutir nas suas equipas a questão da melhoria contínua.”
Para João Marques Gomes, da Novahealth, é necessário “acrescentar valor para o destinatário final, neste caso, para o paciente/utente (…) e deixarmos de medir entidades, passando a avaliar por condições clínicas, como cancro, diabetes, insuficiência cardíaca e, por fim, passar a medir ao nível de resultados em saúde ou ao nível de custos”.
Para Pedro Lima, do Grupo Luz Saúde, os hospitais “tiveram uma excelente resposta na primeira vaga, reconhecida mundialmente”, realçando que, “para além de olharmos para aquilo que temos de melhorar, também temos de ter a capacidade de assumir o que já fazemos bem”. “Esta crise é uma oportunidade para vários setores e temos tudo para sair mais fortes e mais resilientes”, concluiu.
A sessão terminou com a apresentação de um estudo bidirecional da GS1 Portugal por Cátia Gouveia.