A despesa do Estado com medicamentos vendidos em farmácias aumentou 3,4% em 2018, ano que os gastos dos utentes com fármacos também registaram, revelam dados do INFARMED divulgados à agência”Lusa”.
Segundo o relatório de “Monitorização do consumo de medicamentos” do INFARMED, a despesa do SNS com medicamentos genéricos e de marca foi de 1.255 milhões de euros em 2018, mais 41,5 milhões de euros, face ao ano anterior, revela um comunicado da agência “Lusa”.
A despesa dos utentes também subiu no ano passado, perfazendo um total de 711 milhões de euros, mais 11,4 milhões de euros. Também é concluído que a despesa média de cada utente com medicamentos genéricos e de marca foi de 72,60 euros em 2018.
As classes de medicamentos com maior aumento na despesa em relação ao ano anterior foram os antidiabéticos (12,7%), os anticoagulantes (18%) e os antiasmáticos e broncodilatadores (11,1%). Os dados da Autoridade Nacional do Medicamento revelam também um aumento de 0,2% do preço médio por embalagem relativamente ao ano anterior.
No que diz respeito ao consumo de medicamentos genéricos, o relatório demonstra que voltou a subir, tendo atingido um máximo histórico. «A quota de mercado de genéricos quando existe medicamento de marca, ou seja, no mercado concorrencial, é de 63,6%, atingindo um máximo histórico, com um aumento de 0,6% em relação ao ano anterior e de cerca de 10% em relação a 2010» menciona o INFARMED.
Os dados indicam ainda que no total de 161 milhões de embalagens dispensadas, independentemente de terem ou não correspondente em genérico, 48,4% da quota de mercado de unidades são genéricos, mais 1,1% em relação a 2017. No ano de 2010 este valor situava-se em 31,4%.
Os dados de 2018 indicam que são os homens que mais optam por comprar genéricos (49,3% contra 48% das mulheres) e os mais velhos: 49,5% na faixa dos 60 aos 74 anos e 48,9% dos mais de 75 anos, contra 41,5% até aos 19 anos, 43,3% entre os 20 e os 39 anos e 48,2% na faixa dos 40 aos 59 anos).
A quota de genéricos por distrito varia pouco, com Braga, Évora e Viana Do Castelo acima dos 51% e Faro com 43,8%.
O INFARMED contextualiza, num comunicado à fonte, que «os genéricos constituem uma alternativa com a mesma eficácia e segurança mais barata ao medicamento de referência, contribuindo simultaneamente para o controlo da despesa do Estado e maior acessibilidade ao medicamento, assegurando assim melhores cuidados de saúde à população».
Em Portugal, o mercado de medicamentos genéricos expandiu-se com a aplicação do Sistema de Preços de Referência a partir de 2003. Desde essa data, várias medidas têm sido aplicadas com o intuito de promover este segmento de mercado, refere o INFARMED, fazendo notar a criação do novo sistema de remuneração às farmácias de 0,35 euros por cada embalagem de medicamento dispensada, bem como uma maior monitorização e disponibilização de informação a profissionais de saúde e utentes.