Harvard e MIT são as universidades mais prestigiadas do mundo 05 de Maio de 2016 Ranking da Times Higher Education ordena as 100 instituições de ensino superior mais reputadas. Estados Unidos lideram, mas os países asiáticos estão cada vez mais representados, revela o “Expresso”. É difícil combater a hegemonia norte-americana no ranking das instituições de ensino superior mais prestigiadas do mundo. Numa lista de 100, elaborada pela revista Times Higher Education (THE) e divulgada esta quarta-feira à noite, há 47 universidades dos Estados Unidos. O segundo país mais representado é o Reino Unido e coloca “apenas” 10 nesta tabela. Mas mais difícil ainda será destronar o domínio das seis instituições que, desde que este ranking da reputação do THE começou a ser publicado, em 2011, se repetem nestes lugares, alternando posições apenas entre si. Neste «clube de elite», como lhe chama o editor da revista, Phil Baty, mantêm-se desde o início seis «universidades globais que são supermarcas». Harvard, em Cambridge (Massachusetts), repete-se no 1º lugar pelo sexto ano consecutivo. A seguir à universidade mais antiga dos Estados Unidos (fundada em 1636) surge o vizinho Massachussets Institute of Technology (MIT). Neste top 6, há mais duas instituições americanas e duas britânicas – as eternas rivais Oxford e Cambridge. É preciso chegar à posição 12 para encontrar a primeira intrusão no domínio anglo-saxónio. O feito pretende à Universidade de Tóquio, no Japão. No entanto, está cada vez menos sozinha. Um dos destaques deste ano prende-se com o reforço da presença asiática, que passa de 10 para 18 representantes. «A referência à ascensão asiática tornou-se um cliché nos tempos recentes. Mas o que estes estudos que fazemos há já seis anos e que incluem a opinião de mais de 80 mil académicos mostram é que a balança do poder no ensino superior e investigação está a mudar lentamente do Ocidente para Este», avalia Phil Baty. Isto porque, justifica o editor da THE, várias instituições líderes nos EUA e Reino Unido estão a perder terreno, «enquanto universidades da China, da região de Hong Kong, Japão e Coreia do Sul estão a fazer progressos. Pela primeira vez temos uma instituição chinesa no top 20 (Tsinghua) e outra logo atrás, em 21º». Este ranking da reputação difere de outros igualmente famosos (publicados também pelo THE, QS, ARWU, Financial Times) por se basear exclusivamente nas respostas dadas por um painel convidado de mais de 10 mil académicos de todo o mundo e que indicam a sua perceção sobre a excelência do ensino e da investigação nas instituições de ensino e áreas com as quais estão familiarizados. Tal como todas as outras listas publicadas ao longo do ano é alvo de críticas e tem as suas fragilidades. Phil Baty é o primeiro a reconhecê-las, mas a lembrar que não podem ser ignoradas. «A reputação é a moeda global no ensino superior de hoje. Pode ser subjetiva, pode não ser sempre justa, mas é determinante», defende. Além da hegemonia norte-americana, da ascensão asiática e da presença significativa do Reino Unido há outros países com tradição nestas listas. São ao todo 18 os Estados que conseguem marcar presença na edição de 2016. No que respeita às universidades alemãs, quatro das seis perderam posições. Mas é também a primeira vez que o país tem seis representantes no top 90. É claramente uma tendência positiva, já que em 2011 tinha apenas quatro, salienta-se no comunicado da THE. A Holanda continua a ser o exemplo maior de como um país relativamente pequeno se pode sair bem nesta área. Apesar de a maioria das suas escolas terem perdido posições, mantêm cinco representantes no top 100. Já a Dinamarca e a Finlândia deixaram de figurar, enquanto a Suécia manteve duas universidades. A França tem cinco, com a famosa escola de negócios INSEAD a fazer a sua estreia. Portugal ainda não conseguiu entrar nesta elite. Fora da Europa, o destaque vai para as perdas da Austrália (de 5 para 3 instituições), as ausências da Índia e da África do Sul, a resistência da brasileira Universidade de São Paulo, ainda que em queda, e a estabilidade do Canadá (3 universidades). Não é que estas escolas estejam a perder qualidade aos olhos do mundo académico. É só que há instituições asiáticas a impressionar mais, explica a THE. |