O Health Cluster Portugal (HCP) defende que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) representa uma “grande oportunidade” e que devem ser criadas condições para estimular a competitividade das indústrias da saúde.
“O HCP, enquanto representante do setor, está convicto que este é um plano com o potencial de vir a ter repercussões sem precedentes no perfil e no desempenho económico e social do nosso país”, sinaliza, em declarações à Lusa.
A estrutura associativa transversal ao setor da saúde diz que contribuiu para a discussão pública do plano do Governo numa ótica construtiva e de cooperação.
“Para o HCP é claro que se devem criar as condições necessárias para estimular a competitividade das indústrias nacionais da saúde”, e para se promoverem as exportações, de modo a que Portugal “possa ser palco de novos investimentos”, refere.
O HCP considera assim globalmente que este plano é uma grande oportunidade, “congratulando-se, em particular, pelo papel de relevo dado à saúde, de resto em linha com o que tem vindo a acontecer um pouco por toda a Europa”.
O HCP reitera que Portugal deverá acompanhar a tendência europeia de transição digital e, nessa medida, deverá ser criado um Polo de Inovação Digital em Saúde, com âmbito nacional e ambição europeia, enquanto braço armado da “nova Saúde” que já se faz no país, trazendo-a à luz do dia para afirmar Portugal na Europa e no mundo.
Para o cluster da saúde, Portugal tem uma excelente oportunidade para iniciar um conjunto de iniciativas com impacto no setor que ajudarão na recuperação económica do país e permitirão gerar mais emprego.
“Nessa linha de pensamento, Portugal deverá fazer as suas escolhas, por forma a promover o setor da saúde, nomeadamente em áreas de maior atratividade do investimento direto estrangeiro”, aponta.
O HCP defende que as apostas devem passar por produtos farmacêuticos inovadores, que decorrem do desenvolvimento das capacidades para exploração das oportunidades mais diferenciadoras na cadeia de valor, a “Smart Health”, potenciando a base tecnológica existente e posicionando o país no domínio “da MedTech digital”.
Salienta ainda que a aposta deve passar pela valorização do conhecimento, potenciando a valorização comercial da I&D na Saúde, e os ensaios clínicos, fomentando a atratividade de Portugal enquanto destino preferencial para a sua realização.
“A boa aplicação deste Plano permitirá reforçar o compromisso nacional firmado em 2019, com um renovado Pacto 5.0, procurando criar as condições necessárias para o estímulo da competitividade das indústrias nacionais da saúde, por um lado, e incorporando as alterações, ajustes e afinações que a aprendizagem destes dois anos de vigência do Pacto para a Competitividade e Internacionalização possam sugerir, por outro”, acrescenta.
É importante ainda para o ‘cluster’ da saúde, que Portugal possa aliar a estratégia de investimento e recuperação, à promoção da marca Portugal com a perspetiva de revigorar a perceção e imagem de Portugal no estrangeiro e, neste caso, através da marca Health Portugal, recentemente criada pelo HCP, com o objetivo de potenciar significativamente as exportações e promover a atração de IDE.
O PRR, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19, esteve em consulta pública até segunda-feira e prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.
Na semana passada, o primeiro-ministro apresentou o PRR aos parceiros sociais, em reunião do Conselho Económico e Social, e ao Conselho de Concertação Territorial, e o Governo promoveu também um conjunto de seminários de debate sobre este documento.
No documento, estão também previstos 2,7 mil milhões de euros através de empréstimos.