Helder Mota Filipe diz que a OF faz “pressão calma” em relação a assuntos prementes 613

À margem do evento Pharmacy 4.0, que se realizou no final da passada semana, em Troia, e na qual efetuou uma apresentação e esteve à mercê das questões dos congressistas, o bastonário Helder Mota Filipe falou ao Netfarma sobre três temas importantes e prementes: a renovação da prescrição de doentes crónicos, a dispensa em proximidade a ainda uma novidade do Orçamento do Estado para 2024.

O responsável da Ordem dos Farmacêuticos relembrou que “a renovação da prescrição em doentes crónicos já está em pleno funcionamento”. “Precisa agora de melhorias e de se ir aprendendo com o processo, mas está em funcionamento e os doentes hoje já têm disponível este serviço em proximidade sem ter que se deslocar aos centros de saúde”, reforçou.

Sobre o que ainda falta relativamente à dispensa em proximidade de medicamentos hospitalares, “o que tem sido dito à Ordem do ponto de vista político é que é para implementar este ano”. E acrescentou: “Todo o circuito está mais ou menos montado e o que falta aspetos de escolha. É o papel do Infarmed escolher quais são os fármacos que nesta primeira fase, ou os medicamentos que nesta primeira fase serão objeto dessa dispensa em proximidade”,

“Relativamente à medida do Orçamento de 2024, que é a intervenção dos farmacêuticos em situações clínicas ligeiras, vamos iniciar o processo e já pedi uma reunião ao Diretor Executivo do SNS. Isto para que comecemos a discutir quais são as prioridades, porque o que diz é desenvolvimento de pilotos, e eu concordo porque são medidas que têm de ser muito bem estruturadas antes de serem universalizadas. Depois podemos discutir com o Diretor Executivo as prioridades e a forma como ele vê que devemos desenvolver o assunto, para que, entre a Ordem dos Farmacêuticos e a Ordem dos Médicos, comecemos a trabalhar essas prioridades que forem decididas. Eu gostava de sublinhar a importância da colaboração entre as duas ordens, para que o processo seja o mais útil, o mais seguro e o mais consensual possível”, desenvolveu.

Assim sendo, importava também ser o estado de alma da OF em relação a estes assuntos e aos seus timings, e Helder Mota Filipe referiu que a Ordem “efetua aquilo a que se chama uma pressão calma”. “Nunca deixamos de fazer pressão e acho que a pressão tem resultado, mas é uma pressão colaborante, é uma pressão que rema contra a maré e acho que tem resultado, e tem resultado também porque os nossos interlocutores políticos têm sido parte da solução”, acrescentou.

“Demos a conhecer quais eram as nossas linhas vermelhas, que só tinham a ver com a boa prática profissional. As garantias das boas prática foram tidas em consideração, porque como qualquer profissional de saúde, o professor Fernando Araújo é alguém muito informado, muito experiente e bem intencionado e com pouco sentido corporativo, no bom sentido, e portanto foi muito fácil garantirmos que essas medidas que eram tidas em consideração e foram, e portanto a Ordem está completamente confortável com a solução que foi desenhada para cada uma das medidas do Orçamento do Estado deste ano”, finalizou.