A farmacêutica Hikma decidiu dar um bónus de 25% do salário base aos seus trabalhadores, que vai ser atribuído nos vencimentos de abril e de maio, como reconhecimento pelo papel que estão a desempenhar todos os dias na luta contra a covid-19.
A Hikma, que tem origem jordana e está em Portugal há cerca de 30 anos, emprega atualmente cerca de 750 colaboradores em Portugal.
De acordo com Riad Mishlawi, presidente da divisão de injetáveis da Hikma e membro do conselho executivo da companhia, este bónus “irá ser distribuído a cerca de 85% dos colaboradores que todos os dias dão o seu melhor no desempenho das suas funções. Esta remuneração adicional não se aplica aos gestores e líderes da Hikma Portugal”.
Neste momento só cerca de 10% a 15% dos empregados estão a trabalhar remotamente. Os restantes encontram-se em funções nas instalações da farmacêutica “para ajudar a fabricar, embalar, testar e entregar os medicamentos essenciais aos hospitais”.
Ao virem trabalhar, os nossos colaboradores estão a garantir que medicamentos essenciais chegam aos hospitais portugueses e a outros hospitais em todo o mundo”, indicou Riad Mishlawi, ao “Expresso”.
O membro do conselho executivo acrescentou ainda que com a pandemia deu-se “um aumento muito significativo da procura de medicamentos utilizados no tratamento da covid-19 e temos dado prioridade à produção desses fármacos. Algumas destas categorias de produtos são antivirais, antibióticos, anestésicos, sedativos e analgésicos. Alguns dos quais foram pedidos pelo Infarmed”.
O presidente da divisão de injetáveis da Hikma explicou ainda que este aumento da produção só foi possível visto a Hikma ter investido cerca de 30 milhões de euros na expansão da fábrica, no final do ano passado e no inicio de 2020.
Riad Mishla aproveitou ainda para destacar que a Hikma doou 16 mil unidades do antiepilético usado para tratar convulsões Levetiracetam a quatro hospitais (Porto, Coimbra, Lisboa e Algarve), assim como a ação dos colaboradores para angariar dinheiro para testes para o novo coronavírus.
“A Hikma escolheu este medicamento porque estava incluído na lista da Reserva Estratégica de Medicamentos, criada pelo Infarmed. E os colaboradores uniram-se para angariar cerca de 20 mil euros em testes para a covid-19 com destino à Câmara Municipal de Sintra que os irá usar para rastrear idosos utentes de lares e de residências sénior no concelho”, concluiu ao “Expresso”.