Hospitais de Coimbra querem ser referência para reconstrução sexual em Portugal 11 de Julho de 2016 O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) vai encetar o processo de pedido para a criação do centro de referenciação nacional de reconstrução génito-urinária e sexual no âmbito da avaliação da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS). Nesta avaliação, no ponto 3.1.6, a IGAS refere que o CHUC tem abrangência nacional para esta unidade de disforia de género e que «não há restrições no acesso». A IGAS, do ponto de vista clínico, não faz qualquer advertência ao CHUC, recorda ainda aquela avaliação hoje divulgada parcialmente. Contactado pela agência Lusa, o presidente do Conselho de Administração do CHUC, José Martins Nunes, diz apenas não concordar com a necessidade de instalação de um sistema informático específico para esta unidade, já que esse deverá estar englobado no sistema dos hospitais de Coimbra. «Concordámos na totalidade, com essa exceção, com as recomendações da IGAS, que são apenas nas áreas administrativas, organizacionais e informáticas. Consideramos uma avaliação globalmente positiva e estamos a implementar as alterações necessárias mediante aquelas recomendações. Vamos encetar desde já, de acordo com a proposta da IGAS, para que seja reconhecida a URGUS – Unidade Reconstrutiva Génito-Urinária e Sexual – como centro de referência nacional para esta patologia». No relatório que a “Lusa” consultou é ainda possível perceber que o CHUC entendeu a avaliação como positiva e como forma de motivar os profissionais envolvidos na unidade. «O contributo dos hospitais de Coimbra para o reforço do Serviço Nacional de Saúde global e universal tem sido sempre uma preocupação dos profissionais e desta unidade», disse ainda Martins Nunes. A IGAS recomendou ao CHUC, única unidade pública que faz cirurgias de mudança de sexo, que será útil criar um lista de espera específica para os utentes e que tem de reforçar o tempo dedicado pela equipa cirúrgica. Sobre esta nota, o CHUC respondeu estar de acordo e que já encetou todo um processo para adequar o corpo clínico às necessidades da unidade. Em 2014, a URGUS, de acordo com dados disponibilizados em 2015 à “Lusa”, realizou 10 cirurgias em mudança de sexo. |