Em 2022, os hospitais do SNS gastaram mais de 1 760 milhões de euros com medicamentos, um acréscimo de mais de 190 milhões de euros. A lógica de crescimento mantém-se este ano.
“Grande parte dos encargos com medicamentos realizados pelos hospitais ocorrem na ‘Consulta Externa e Produtos Cedidos ao Exterior’ (44%) e no ‘Hospital de Dia’ (36%), o que evidencia a importância da dispensa de medicamentos hospitalares em ambulatório e os cuidados prestados em regime de ambulatório, nomeadamente na área da oncologia”, lê-se na nota publicada.
A Oncologia representa também a área terapêutica com maior aumento de despesa no ano passado (10%), com o anticorpo monoclonal pembrolizumab a liderar (+40%). Na lista de fármacos que representam maiores custos estão ainda o tafamidis (+105%), para o tratamento da amiloidose (+56%), a combinação lamivudina e doluregravir (+238%), para o tratamento do VIH/sida (10%) e os psicofármacos (+111%).
O relatório do Infarmed detalha ainda o consumo de medicamentos na área das doenças autoimunes, como a artrite reumatóide, psoríase e doença inflamatória intestinal, em que se registou um aumento da utilização de medicamentos de 23,8%, que se refletiu num aumento da despesa de 12,3%, explica a OF.
“Os medicamentos órfãos representam também uma fatia crescente no consumo de medicamentos nos hospitais, com crescimento de 34,3% em 2022, representando hoje cerca de 16% da despesa. A quota de utilização de medicamentos biossimilares nos hospitais do SNS está ligeiramente acima dos 70%, embora se tenha registado um decréscimo de 4,6 pp em relação ao ano de 2021”, finaliza.